Não parece com o
retrato!
Não farás para ti imagem de escultura, nem
semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. (Êxodo 20.4; Deuteronômio 5.8)
Texto do rev. Paulo Schütz.
– Mas você não se parece com a foto! - comentou Luísa.
– Mas você não se parece com a foto! - comentou Luísa.
–
Mais feio ou mais bonito?
–
Muito mais bonito! Mais alegre! Mais
simpático!
–
Mas não é para você ficar convencido, não –
interveio Marisa – a foto que ela viu estava realmente muito ruim.
–
Mas que foto é essa?
–
Uma que eu amassei quando brigamos. Sorte que
mamãe não me deixou jogar fora, e era a única que eu tinha quando voltamos às
boas. Tentei recuperá-la; mesmo assim, estava muito ruim quando Luísa a viu.
Marisa geralmente cuidava muito bem
das fotos de Raimundo, como se fossem o próprio, pois o amava e elas, além de
evocarem a própria presença do namorado, a fazia lembrar dos bons momentos
vividos juntos e a visualizar ainda mais para o futuro. Uma delas lhe serviu
para extravasar um sentimento pouco afetivo que se apossou dela num determinado
momento, de modo que, quando Luísa a viu, ela revelava muito mais esse
probleminha que houve entre os dois namorados do que a verdadeira aparência da
pessoa fotografada.
Em geral, os seguidores das diversas
religiões também gostam de possuir uma imagem do objeto de sua fé. Pois ela
evoca a presença do retratado e tudo o que ele representa em suas vidas. Ela
lhes permite também demonstrar de forma mais concreta seu apreço por ele, de
modo que a tratam como gostariam de tratar o original. Pode do mesmo modo ser
útil para mostrar a quem que deseja conhecer quem adoram.
O povo da bíblia também sentiu num
determinado momento a necessidade de uma representação mais palpável de seu
Deus e acabou confeccionando um bezerro de ouro, com o qual o verdadeiro não se
identificou nenhum pouco e o proibiu de fazer qualquer imagem ou semelhança,
seja lá do que fosse. Mais tarde, o povo ficou sabendo que o próprio Deus havia
já nos primórdios criado algo à sua imagem e semelhança, e nós temos inclusive
aprendido desde criancinha que se trata do próprio ser humano, nosso próximo, o
menor deles, e que o criador não se importa e até nos incentiva a tratar essa
criatura como se fosse ele próprio.
Entretanto, quando observamos aqueles
com quem cruzamos todo dia, inclusive nós mesmos, temos muita dificuldade em
reconhecer neles a representação daquele em quem depositamos nossa fé. Talvez
porque os homens são sempre cheios de vontade própria e o Deus que imaginamos
equivocadamente seria muito mais submisso, sempre disposto a empregar seus
poderes para realizar o que desejamos na hora que queremos. Mas o sentimento
que predomina é que eles estão num estado que lembram muito pouco aquele que
foram criados para representar e que, no mínimo, necessitam de uma boa
restauração.
Se, então, observarmos os mais
pequeninos, os destituídos de poder, os preferidos do Pai, verificamos que
poucas semelhanças restam com o original, pois, do modo como os temos tratado,
seu estado reflete, antes de tudo, quão estremecidas estão nossas relações com
ele.
Referências bíblicas:
Gênesis 1.26-27; Êxodo 20.4; 32.1-10;
Deuteronômio 5.8; Mateus 25.40, 45.
Leia também Sabes os mandamentos? I
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