Cena do 4º episódio da 7ª temporada de Game of Thrones |
A série Game of Thrones mudou alguns conceitos nas pessoas
que têm acompanhado os seus episódios. Agora nós, os aficionados, não somente
passamos a ter expectativas positivas quanto ao poderio destruidor dos dragões,
mas também torcemos pelo sucesso pleno das suas investidas. Ou seja, o dragão,
que até então era símbolo definitivo do mal, passou a ser de fato nosso aliado
na luta contra esse mal no mundo imaginário de Westeros. Se torna curioso, pois
não é, como muitos pensam, algo inédito na literatura universal, posto que as
Escrituras, por vezes, os apresentam como servos fiéis e obedientes ao mandado
de Deus.
Entre essas tais referências encontramos no Primeiro
Testamento seu nome citado vinte e duas vezes. Aparecendo na Torah, como nos livros
históricos, sapienciais e nos proféticos, tanto pré como pós exílicos com uma
certa frequência, uma vez que Isaías e Jeremias os citam em seis oportunidades
distintas cada um. Ressalvando o fato de que as doze vezes em que o Segundo
Testamento, exclusivamente nas visões de João do Apocalipse, a palavra grega drakon é traduzida por serpente ou mesmo
Satanás, surgindo como um agente opositor ao Messias e ao seu Reino, os dragões
até que podem se apresentar como mensageiros de um bem maior do que o mal que
prefiguram: E farei montes de Jerusalém,
e uma guarida de dragões; E tornarei as cidades de Judá desoladas, sem um
habitante. Jeremias 9.11 versão de King James.
Convém lembrar de antemão que a nossa Sociedade Bíblica
preferiu traduzir as palavras hebraicas tan
e tanin por nomes de animais conhecidos,
porém completamente distintos entre si, tais como chacal, crocodilo, serpente e
baleia. O dragão seria um animal superdotado que, não sendo peixe, poderia viver no mar, como
a baleia; nos rios, como o crocodilo; nos desertos, como os chacais e ter uma
picada abrasadora, como as serpentes. Contudo, os tradutores não tiveram como não revelar que os
dragões, em Gênesis 1.21 monstros marinhos, foram criações de Deus no quinto
dia. Da mesma forma, o livro de Job os apresenta como companheiros chegados e inseparáveis
do nosso herói em sua penúria: Eu sou um
irmão de dragões e um companheiro de corujas. Job 30.29 versão de King
James.
Mas no frigir dos ovos, esse animal realmente existiu ou é
apenas uma narrativa lendária ou mitológica? Parece inegável que relatos sobre
dragões vêm desde a mais remota antiguidade e são fartamente encontradas ao
redor do mundo. Quando comparamos as ilustrações dos dragões em culturas que
não se relacionaram e em bandeiras nacionais de certos países, nos parece
improvável que se trata apenas uma figura abstrata, que pudesse ter povoado a
mente de tantos povos diferentes em diferentes épocas. Mais inconcebível é o
fato de que essa figura abstrata, fruto da imaginação de povos pagãos, fosse
encontrada na Palavra de Deus prefigurando uma realidade histórica e presente,
como ressalta o salmista: Louve o Senhor, tudo o que existe na terra: monstros do
mar (dragões) e todas as profundezas do oceano! Salmos 148.7
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