Visão do inferno no Hinduísmo |
Por
mais que eu fuja dos temas que a Bíblia aborda apenas superficialmente, mais
pessoas aparecem para me questionar sobre eles. Sempre adotei o princípio de
não me aprofundar em assuntos em que a Bíblia não se detém para explicá-los com
clareza, e as citações sobre inferno talvez esteja entre aquelas que mais
apresentem lacunas na sua concepção.
Em
primeiro lugar não devemos nos deixar impressionar pela grande quantidade de
pessoas sempre prontas a tirar conclusões precipitadas sobre esse assunto.
Em
segundo lugar a doutrina da condenação irrevogável já está sendo revista em
vários casos. A Igreja Católica hoje vê com olhos bem mais complacentes as
pessoas que cometem suicídio. Quando se fala sobre a questão do suicídio,
invariavelmente é citada a grande quantidade de pessoas que nos países nórdicos
lançam mão deste lamentável recurso. Mas que moral tem os brasileiros para
julgar estas pessoas que arbitrariamente tiram as suas vidas, quando vivemos em
um país cuja mortalidade infantil atinge índices astronômicos; apenas os
assassinatos que são registrados são em maior número que qualquer guerra civil
ou revolução mostrada pela TV; o trânsito faz mais vítimas que qualquer
epidemia que assola a humanidade? Ainda que trágico, é melhor deliberar sobre a
própria vida, do que, sem a possibilidade de escolha, morrer de bala perdida.
Deixando
de lado as especulações e voltando para o que se pode extrair da Bíblia,
podemos observar que se traduziram por inferno duas palavras, cujos sentidos
não querem especificar lugar de tormento eterno. A palavra SHEOL, descrita no Primeiro
Testamento como Lugar dos Mortos, é um lugar de isolamento total, não há
consciência, portanto, não poderá haver dor ou castigo. Foi exatamente a este
lugar que Jesus desceu para pregar aos que dormiam, assim diz o nosso Credo
Apostólico. A outra palavra é GUEHENA ou Vale da Carnificina. Lugar, que
fica ao sul de Jerusalém onde nos tempos antigos se sacrificavam crianças (Jr 19.5-6). Nos tempos
de Jesus não era mais que um depósito onde se jogava, além de lixo, animais
mortos para serem incinerados. Um lugar onde o fogo ardia constantemente. Em
ambos os casos não há referências à punição, e muito menos à punição eterna.
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