Um desejo antigo do homem, e que ainda permanece latente, está
manifesto em João 14.8 pelo apóstolo Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. As Escrituras mostram
que o desejo humano de ver a face de Deus esteve sempre à frente da própria
revelação de Deus para conosco, mesmo que essas mesmas Escrituras nos afirmem
que ninguém pode ver Deus. Contudo, para não nos deixar completamente cegos da
desejada visão alguns atenuantes pode e devem ser considerados. Nós vemos um
pouco a face de Deus quando anunciamos que ele já esteve entre nós e que
permanece conosco. Foi essa a visão de Deus que Simeão teve no templo: Agora, Senhor despede em paz o teu servo;
porque os meus olhos já viram a tua salvação. A segunda condição é
anunciarmos que ele veio para todos. Esta foi a visão de Francisco de Assis
quando imaginou a cena do Presépio: Homens e anjos; reis e servos; pessoas e
animais; humanos e anjos; céus e terra. A terceira condição é estarmos prontos e
atentos para enxergarmos a face de Deus na pessoa do próximo. Jesus ressurreto
fez várias aparições que foram confundidas com pessoas comuns; como um coveiro,
um caminhante ou um homem comum à beira do mar. A última condição é que não
basta somente reconhecê-lo na multidão, é preciso saber como ele é de fato. O
maior prêmio de Jó não foi receber tudo em dobro. Podemos afirmar que isso foi
apenas consequência do bem maior, que foi reconhecer Deis face à face. Muitos
não sabem o que é verdadeiramente o Natal e o caminho que leva à manjedoura.
Não à que é lindamente elitizada nos shoppings, mas a que está debaixo das
marquises dormindo ao relento; a que está nos semáforos tentando equilibrar
coisas; a que nos interpela nas ruas pedindo pão. Aí está a verdadeira face de
Deus, e é o com a face que o reconheceremos na Glória.
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