Jesus e Maria Madalena por Lucas Cranach |
Acompanhando o reconhecimento do justo papel da mulher na
sociedade, a igreja tem voltado seus olhos para uma figura que tem andado
esquecida na sua história. Não somente reparando absurdos cometidos contra a
sua integridade moral, mas devolvendo-a ao lugar de importância, tanto no
ministério de Jesus, quanto nos primeiros momentos da igreja de Jerusalém. Já
deu para notar que estamos falando de Maria Madalena, não é? Infelizmente para
o mundo que se diz cristão esse não é um fato isolado. Nas Escrituras existem por
volta de mil e quinhentos personagens e menos de dez por cento deles são
mulheres. Porém, nem essa relação desproporcional foi suficiente para livrá-las
de serem as figuras mais execradas da Bíblia. Foi assim com Eva, Dalila, com
Betesabá, Gezebel, Salomé, Safira e tantas outras. Mas não te sido uma tarefa
muito fácil resgatar a imagem real de Maria Madalena, porque ela entra de supetão
nos evangelhos. Ela quase que atropela o ministério de Jesus. Essa dificuldade
aumenta muito pela pouca quantidade de referências existentes a seu respeito.
Mesmo assim, a Bíblia nos permite traçar algumas considerações totalmente descontaminadas
dos efeitos que autores oportunistas, como Dan Brown, no livro O Código Da Vince,
fizeram sobre ela. O fato do seu sobrenome ser o seu local de origem e não de
um pai ou marido, já faz dela uma guerreira isolada contra uma sociedade que
execrava mulheres solteiras e contra patrões que requisitavam favores além dos
estabelecidos no contrato de trabalho. A maneira de apresentar com uma
personalidade demoníaca, não somente a afastava dos apetites sexuais dos seus
senhores, como também nos garante que ela não era uma prostituta, como declarou
o Papa Gregório Magno em 591. Ou seja, ela nos ensina que nem sempre os
maus espíritos são os que se manifestam de maneira demoníaca.
Leitura: João 20.1-17.
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