A semente de mostarda, Annette Kraub |
Texto baseado em sermão do rev. Garrison.
Quanta gente há cuja vida por um fio? Quanta gente há
que está prestes a se entregar ao desespero? Quanta gente há que está pronta a
terminar com o seu casamento após anos de tentativa? Quanta gente há que já não
mais procura o seu caminho nesse mundo? Quanta gente há que desistiu das
mudanças porque viu que nada funciona?
Você se sentiu assim? Todos nós, é claro. A tentação é
desanimar nos relacionamentos; nos projetos; nos sonhos; nas esperanças e até de
nós mesmos. Alguns dos discípulos de Jesus sentiam o mesmo. Eles eram tentados
a desanimar de seguir o Mestre. Será que valeria mesmo a pena? Seguir Jesus
faria alguma diferença neste mundo? A questão que João Batista levantou estava
latente no coração de cada discípulo. A pergunta era essa: Mt 11.3 - O Senhor é aquele que ia chegar ou devemos
esperar outro? É possível que este carpinteiro de Nazaré desconhecido de
todo o mundo poderá conseguir tudo o que promete? É possível que ele seja de
verdade o Messias de Deus? É possível que ele pudesse enfrentar toda aquela
estrutura poderosa do Império Romano aliada às autoridades eclesiásticas de
Jerusalém? Então por que está demorando tanto?
Isso nós podemos compreender e até termos certa simpatia. Porque
o mal parece tão virulento, tão vitorioso, tão venenoso que qualquer mudança
tem que demorar um tempo, o seu progresso é muito devagar e a sua concretização
é difícil. Parece que nada está mudando neste mundo, ou se está mudando é para
pior.
A nossa impaciência provoca o desânimo, e o desânimo produz
a incriminação própria. Por isso nós reclamamos dizendo: Se eu tivesse pelo menos mais fé, a coisa seria diferente. Se tivesse eu a fé bastante para enfrentar
esse processo esmagador de vida. Minha
fé simplesmente não basta. Nós reclamamos como se tudo dependesse do
tamanho da nossa fé. Por isso esmorecemos culpando a nossa própria
insuficiência. “Se eu tivesse mais fé...”. O resultado disso é que o nosso mau
humor acaba com as nossas energias. Ele se espalha nos outros como uma doença
altamente contagiante.
A resposta de Jesus aos discípulos de ontem e de hoje é
penetrante e perspicaz. Seu antídoto para a nossa impaciência que está
arraigada na nossa impotência é simplesmente contar uma parábola. Uma parábola
que é estranha, curta e direta. Ele está nos dizendo que antes de desanimar e
achar que nada vale a pena consideremos a semente de mostarda: Mt 13.31-32 - O Reino do Céu é como uma semente de
mostarda, que um homem pega e semeia na sua terra. Ela é a menor de todas
as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas. Ela até
chega a ser uma árvore, de modo que os passarinhos vêm e fazem ninhos nos seus
ramos.
A mostarda era plantada em todos os jardins daquela época.
Quando Jesus falou da planta todos a reconheceram. Era um tipo de planta que
nascia de uma semente minúscula quase imperceptível ao olho humano. Primeiro um
ramo, depois um arbusto para depois se consolidar como uma árvore com galhos
fortes onde os passarinhos vinham fazer seus ninhos.
Esta parábola tem pelo menos duas coisas esperançosas a nos
dizer antes de desanimarmos.
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