Obama indeciso, David Bromley |
Estes versículos do Apocalipse tem nos causado grande apreensão desde sempre. Ninguém entre nós quer ficar nesta lacuna. Ninguém quer ser morno, e o texto diz que não é para sermos mornos mesmo. Sabemos que temos que nos dar por inteiros à causa do evangelho. Não serve 50, nem 70 e nem 90 por cento, tem que ser 100 por cento. Mas na vida real, nós temos vivido mesmo é na faixa dos 50 ou 60 por cento.
A história da humanidade nos mostra que temos que lutar mais contra aquilo que é variável do que com que é absoluto. Todo cristão concordaria que o amor de Deus é absoluto. O julgamento de Deus também o é. O julgamento existe, ele é uma palavra que vem de Deus, mas não é a sua última palavra. Karl Barth, um teólogo do século XX, dizia que o fato de termos que pregar sobre a ira de Deus, ao mesmo tempo que pregamos sobre o amor de Deus, não significa que devemos coloca-los no mesmo nível. Devemos pregar sempre o triunfo de amor de Deus sobre a sua ira, pois ele é sempre maior do que o nosso pecado. O amor de Deus é o absoluto da vida. O problema é descobrir como este amor age em nossa vida. Como é que o Congresso Nacional pode praticar esse amor absoluto? Como pode a presidente, o governador e o prefeito podem praticar esse amor?
Quando nós avaliamos os nossos relacionamentos além do que chamamos de pessoal, pensamos que o amor cristão, esse amor que devemos praticar com os outros, tem que se mostrar como justiça. Outro grande teólogo do século passado falou o seguinte: no mundo de sistemas como o nosso o discípulo verdadeiro pode repartir o seu amor para com o próximo sendo justo com ele simplesmente. Ele continua sendo amado, é claro, mas enquanto ele é ativo no mundo, o seu amor o compele a ser justo. No mundo de sistemas ele tem que trocar o seu amor pela moeda da justiça, desde que esta é a única moeda corrente neste mundo. A maioria das pessoas não encontra um absoluto desde que saiam de casa pela manhã e voltem à noite.
Então cabe a pergunta: o que seria um absoluto na vida? O que seria um absoluto na sua vida cotidiana? Por exemplo: que absoluto você usaria para determinar o preço da passagem de ônibus na sua cidade? Você queria um absoluto de amor e justiça para determinar isso? Um preço alto favoreceria os donos das empresas e o lucro seria demasiado. Um preço baixo demais favoreceria os passageiros e a empresa iria a falência. Por isso qualquer resposta seria relativamente certa, mas ainda assim uma resposta é indispensável, temos que determinar algum valor para a passagem de ônibus.
A política tem sido descrita como a arte do possível. A política vive de um compromisso com um grupo, com o ajuste. O crédito de um grupo é o débito de outro grupo. O alvo da justiça é balancear os níveis. A política realmente boia nas correntes enganadoras de circulam, que espumam e que enrolam nos mares do certo e do errado. Por isso é como cristãos temos evitado a atividade política. Nós achamos que este campo não nos pertence. Nós estamos no campo do absoluto, então, não nos sentimos bem quando temos que estabelecer um compromisso para chegar a uma situação relativa. Nós estamos amarrados com os nossos absolutos. Nós cremos que o amor é a resposta certa e imediata em todo problema em qualquer circunstância. Como membros do corpo de Cristo a maioria de nós temos fugido de toda atividade política, com algumas raras exceções. Nós achamos que a política é uma coisa desagradável e até lamentável. Nós nos limitamos em criticar e afastar os homens públicos que tomam decisões erradas e agem equivocadamente. É tão fácil censurar e todo mundo faz, por isso é que é tão difícil oferecer conselhos construtivos.
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