Cântico dos Cânticos I

 

Preparando-se

O amor é forte como a morte...
As muitas águas não poderiam apagar o amor,
nem os rios, afogá-lo.
- Cânticos 8.6,7 -

As reflexões que estamos iniciando resultaram de adaptações e atualizações introduzidas em texto do pastor Ricardo Lengruber sobre o Cântico dos Cânticos preparado originalmente como roteiro para o estudo individual deste livro canônico.

Este é bem diferente dos demais livros bíblicos. Por sua ousadia em falar do corpo, do sexo, do erotismo, poderia ser considerado mais profano do que sagrado. Além disso, também não faz referência a Deus explicitamente. Entretanto, ele ocupa na bíblia um lugar muito especial entre os livros sapienciais, aqueles que transmitem a sabedoria divina, e costumava igualmente a ser cantado durante as celebrações da páscoa, o momento mais importante da vida religiosa de Israel. Trata-se de um conjunto de poemas que aborda a experiência mais desconcertante da vida humana, fonte dos maiores prazeres que ela pode proporcionar, mas que também pode envolver-se em grandes tragédias: o amor.

Amor que está presente por toda a parte, nos elementos da natureza, como montanhas, árvores, animais, aromas, sabores, mas também em produções do homem, como vinhos, perfumes, jóias, taças, colunas e torres. Toda a criação divina e humana expressa a experiência de seu poder, pois tudo foi criado por Deus, realidade que levou João a afirmar em sua primeira epístola: Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Assim sendo, a relação do homem com ele pode ser tão intensa e desconcertante quanto a vivida entre dois amantes humanos. O livro de Gênesis afirma: deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Impossível não relacionar com a prece de Jesus: a fim de que todos sejam um; como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós.

O próprio título do livro anunciado no primeiro versículo, Cântico dos Cânticos, ou O Cântico por Excelência, ou O Mais Belo Cântico, já revela em quão alta estima o tinham os crentes da antiga aliança. Prova disso é o fato de ter sido relacionado à Salomão, cuja sabedoria era maior do que a de todos os do oriente... era mais sábio do que todos os homens... de todos os povos vinha gente ouvir a sabedoria de Salomão. Isto não significa que esse soberano o tenha redigido pessoalmente, o que possivelmente só aconteceria alguns séculos após sua morte, mas atesta a qualidade e a natureza da sabedoria nele contida, a ponto de constar de um elenco de escritos dignos de serem vinculados ao nome de tão importante personagem.


Referências bíblicas:
Gênesis 2.24; Cânticos 1.1; 8.6-7; João 17.20-21; 1ª João 4.8; 




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