Deus: quem é esse?

Maomé recitando o Alcorão em Meca, século XV
Deus, quem é ele para você? Muito mais importante do que os detalhes contidos nos credos e tentativas de definição deste ser supremo está a resposta que cada um dá a essa pergunta. Diante disso, seria uma inominável perda de tempo ficar rebuscando dentre as várias propostas, a que mais se afina com aquilo que dele pensamos. Mas seria bom também conhecermos o que algumas pessoas pensam a esse respeito, e, a partir daí identificarmos o que temos em comum com elas no geral e no particular.

O Deus dos muçulmanos
No sétimo século, um profeta chamado Muhammad, ou Maomé, como conhecemos, afirmou ter recebido visitas do anjo Gabriel, visitas essas que continuaram a acontecer pelo longo período de 23 anos, até a sua morte em 632, com 62 ou 63 anos, em Medina. O anjo revelou a Maomé palavras de Alah, o tetragrama árabe usado pelos muçulmanos para Deus. Essas revelações, depois de organizadas e ordenadas formaram o que hoje chamamos de Corão ou Alcorão, o livro sagrado do Islamismo.

A palavra Islã, raiz do termo que designa este credo, significa submissão, e é derivada de uma raiz semântica anterior que significa paz. Em resumo, ser muçulmano significa estar submetido a Alah, o único eterno e soberano criador, e através dos ensinamentos do profeta Maomé, o último profeta enviado por Alah, que estão contidos no Corão, promover a paz.

O Deus dos espíritas
No Espiritismo se explica que Deus é a consciência suprema, a causa primeira e motora de todas as coisas que existem. Deus é único, eterno, onipotente, imutável, imaterial, soberano, justo e bom. O Universo é sua criação, e essa criação abrange todos os seres existentes, quer sejam eles racionais ou irracionais, materiais ou imateriais, animados ou inanimados. As leis que regem a Natureza são todas, sem exceção, leis divinas, pois que o próprio Deus quem as criou. Tais leis legislam tanto as nossas leis físicas quanto as nossas leis morais.

Os espíritas brasileiros pautam a sua fé pelo conjunto de princípios revelados pelos seres divinos que eles chamam de Espíritos Superiores.  As obras do francês Allan Kardec são o fundamento dessa codificação espírita, e eles são: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

Das pessoas comuns
Criador e Senhor de tudo o que vemos e do que não vemos também. Esta seria uma boa definição para identificar quem é Deus para a maioria das pessoas. Um pouco mais rebuscada seria a definição de Pai amoroso, e a muito mais íntima diria que ele é um grande amigo. Que ele é o Arquiteto do Universo, Rei dos reis, Senhor dos Senhores ouviríamos da boca de alguns iniciados em algum credo ou sociedade.

Por ser tão grande o número de concepções, fica difícil dizer quem é Deus para as pessoas, mas isso não deve nos fazer crer que não são igualmente válidas, uma vez que nasceram da única revelação de Deus que nos é possível, experiência pessoal com ele.

O Deus dos teólogos
Deus é o assunto primordial da teologia, e pelo fato de não se poder estudar Deus pelos métodos convencionais, temos uma infindável quantidade de teologias: teologia hindu, teologia judaica, a teologia budista, a teologia islâmica, a teologia cristã, que inclui a teologia católica-romana, a teologia protestante, a teologia mórmon, a espiritualista e outras, assim como a teologia umbandista entre outras.

Os teólogos tentam explicar o fenômeno religioso através de dados históricos, que os chegam através de tradições remotas e do conhecimento acumulado dos pioneiros do seu credo. A teologia que hoje conhecemos evoluiu daí, mas foi além, até se tornar o ramo fundamental da filosofia, ou filosofia primeira, como é chamada.

Como vimos rapidamente neste breve rascunho, temos que dar razão à poesia do Exotérico de Gilberto Gil, principalmente quando ele declara: Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais.

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