Martinho Lutero

Catedral do palácio de Wartburg
A situação da Alemanha no sé­culo XVI era crítica sobre muitos aspectos. Impostos escorchantes, interferências recessivas do governo na economia e muitos escândalos de suborno na administração pública, que era onerosa e corrupta. Tudo isso ocorria não somente com o aval, mas com contribuição efetiva tanto do alto como do baixo clero. Foi quando no dia 31 de outubro de 1517, de modo nada usu­al, um protesto foi lança­do contra um abuso eclesiástico. Um monge, pro­fessor da recente funda­da universidade alemã, provocou a maior revolu­ção de toda história da Igreja Cristã.

Martinho Lutero, o au­tor do protesto, é um dos poucos homens de quem se pode dizer que sua obra alterou profunda­mente a história do mundo. Não era organizador nem político. Mo­via os homens pelo poder da fé religiosa resultante da inabalável confiança em Deus, e da relação direta, imediata e pessoal com Ele. Lutero que fora, na sua juventu­de, tremendamente marcado pelo sentimento de pecaminosidade, escapou da morte quando um raio o atingiu, decidiu tornar-se mon­ge. Fez da vida monástica a sua oferta pessoal a Deus, esperando receber dele a sua aprovação. Com confissões intermináveis, sacrifícios, como dormir no inver­no europeu sem cobertor, obediência rigorosa as "exigências" di­vinas ele tentava um meio de agra­dar a Deus e conseguir sentir o tão almejado perdão. Nada conse­guindo Lutero chegou a odiá-lo,i quando foi envolvido pela men­sagem de da Carta aos Romanos (Rm 1,17) "o justo viverá pela fé" tomou posse da dádi­va divina que os grupos corais em todo mundo cantam como a Maravilhosa Graça de Deus.

Daí para frente SOLA GRATIA, como dizia, era bastante para con­seguir o sentimento de justifica­ção, e SOLA SCRIPTURA nortearia a sua fé e não mais a tradição. O sacerdócio universal dos crentes, pensamento formu­lado pelo monge imediatamente após a experiência anterior, colo­cava a todos os crentes diretamente em contato Deus. Agora o povo podia se confessar e orar sem a necessidade de intermedi­ários, como fazia crer a Igreja da época. "Sobre a Liberdade Cris­tã", sua terceira grande obra, apre­sentava o grande paradoxo da experiência cristã: "Um cristão é o senhor mais livre de todos, e não está sujeito a ninguém. Um cristão é o mais devoto servo de todos, e a todos está sujeito." É li­vre porque é justificado pela fé, e é servo porque, pelo amor, coloca sua vida a serviço de Deus. Por tudo isso, o papa Leão X, que se viu ameaçado os três ali­cerces do poder da igreja: a su­premacia do sacerdote so­bre o leigo, o direito exclu­sivo de interpretar as Es­crituras e o perdão conseguido unicamente pelo pagamento de indulgências, o perse­guiu, forçando-o a se refu­giar no castelo-fortaleza de Wartburg. De lá, do fundo do seu exílio, Martinho Lutero nos deixou mais uma inspirada, encorajadora e de­safiadora mensagem, desta feita sob a forma de música: "Castelo forte”, quando testemunha que a despeito de todas as fortalezas construídas pelo homem, o seu castelo forte, não é outro, senão o nosso Deus.

A Reforma deve ser lembrada não somente como uma conquista no passado distante, mas princi­palmente como testemunho de fé em Deus e no futuro do mundo, pois por mais sombrio que possa parecer o estado de coisas que nos cerca, o nosso herói nos induz a experimentar que, pela Ma­ravilhosa Graça de Deus: "O Príncipe do Mal, com seu Plano Infernal, já condenado está, vencido cairá por uma só palavra".

O pensamento de Martinho Lutero

 Fé e amor perfazem a natureza do cristão. A fé recebe, o amor dá; a fé leva a pessoa a Deus, o amor a aproxima das demais. Através da fé ela aceita os benefícios de Deus, através do amor ela beneficia seus semelhantes.

Assim como o fogo sempre produz calor e fumaça, também a fé sempre vem acompanhada do amor. 

A Bíblia é uma erva, quanto mais se manuseia, mais perfume ela exala

Se alguém reconhece ser letrado, sábio e rico, saiba que isto não é mau; pois seria ingratidão desprezar tais dádivas. Mas, sobrepor-se aos demais por causa destas dádivas é demoníaco e um pecado.

Vós pais não podeis dar tesouro maior aos filhos do que a formação. Casa e quintal, queimam, desaparecem; o saber é bom de levar. 
Se queremos pessoas excelentes e hábeis tanto para o governo secular como para o espiritual, cumpre deveras não nos poupemos empenho, faina e gastos na tarefa de ensinar e educar os nossos filhos, a fim de que possam prestar serviços a Deus e ao mundo.

Importa acima de tudo que homem e mulher convivam em amor e concórdia, para que um queira ao outro de coração e
Diante de Deus todos temos de baixar o topete e estar contentes de que alcançamos o perdão. E ninguém pense que na presente vida vai chegar ao ponto de não precisar desse perdão.

A imprensa é o último supremo dom, através dela Deus quer tornar conhecida em toda a terra a questão da verdadeira religião, até o fim deste mundo, sendo ela propaganda em todas as línguas. É a última chama de luz antes da extinção deste mundo.

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