Cristo carregando a cruz por Hieronymus Bosch
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Amar os inimigos e alimentar os famintos não deveria ser um
ato digno de elogios, uma vez que é nossa obrigação. Mas o menor indício de um
ato de misericórdia nos deixa emocionados. Quando um cristão executa uma ato de
obediência nos sentimos orgulhosos. Grande coisa. Depois de termos feitos todas
essas coisas: amar o inimigo, alimentar os famintos, assistir os aflitos,
visitar os presos e os doentes, a o nosso clamor em tom de arrependimento deve
ser: Oh, Deus. Somos servos inúteis,
porque fizemos apenas o que devíamos fazer.
Temos que admitir honestamente que a maioria de nós ainda
vive na Idade Média. Cada um tem o seu próprio tipo de indulgência. Cada um tem
o seu tesouro de merecimentos. Por isso precisamos urgentemente de uma nova
reforma. Desta vez na igreja protestante. Precisamos aprender que Deus não tem
conosco uma conta corrente da qual podemos sacar à vontade. Estaremos sempre em
dívida com ele, por mais que dermos e por mais que fizermos. Um inventário do
nosso dever para com Deus pode nos ajudar. Façamos uma lista dos elementos
normais da vida cristã. Quais serias essas coisas? Oração, obediência a Deus,
fidelidade, atos de amor, interesse pelos outros, envolvimento com a
comunidade, expansão do Reino de Deus, mas tudo isso é o começo. Esta é a linha
de partida, pois não há nada que Deus possa fazer para nos amar mais do que ele
já nos tem amado por meio de Jesus Cristo. Precisamos ser convencidos disso.
Quem pode estar orgulhoso, quem pode esperar recompensa depois disso? O amor de
Deus em Cristo é a única motivação suficiente da vida cristã. Cumprir o nosso
dever é a verdadeira expressão de gratidão por tudo o que ele nos tem dado. A
cruz, o túmulo vazio, o Senhor conosco já bastam.
Termino com a palavras de Paulo resumindo tudo o que foi
dito até então: Porque somos dominados
pelo amor que Cristo tem por nós, pois reconhecemos que um homem, Jesus Cristo,
morreu por todos, o que quer dizer que todos tomam parte na sua morte. Ele
morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas vivam
para aquele que morreu e foi ressuscitado para a salvação deles. (II Co
5.14-15) (anterior)
Leitura: Lucas 17.5-10
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