Sermão da Montanha, ING Ministry |
Estavam os discípulos experimentando a bênção do perdão de
Deus, até que veio Jesus e disse que deveriam ir além, porque só o perdão não
era suficiente. Era preciso ter misericórdia, mas não a nossa, e sim a
misericórdia de Deus, que não somente perdoa, mas que refaz, que restaura e que
dignifica. Aqui entra a bem aventurança da misericórdia, de ir além do perdão,
além do esquecimento, ir além de rasgar o escrito da dívida. Muito mais que ser
uma moeda de troca, a misericórdia de Deus é uma via de mão dupla. Eu
experimentei a misericórdia de Deus, por isso eu sou constrangido fazê-la
conhecida. Ela precisa fluir além de mim, ela precisa alcançar o outro.
Talvez não haja na Bíblia exemplo mais evidente sobre este
fluir do que a parábola do Bom Samaritano. Observem que ele não era amigo, pelo
contrário, que ele não era conhecido, pelo contrário, e não tinha qualquer
culpa pelo infortúnio do outro, mas aquele homem foi além. Foi além das suas
obrigações, assistiu a quem não gostava dele. Foi além das suas possibilidades,
não somente gastando o que tinha, mas também o que não tinha para que o outro
fosse atendido. Assim funciona a matemática da misericórdia de Deus: onde duas
moedinhas valem mais que grandes somas; quando uma ovelha é mais importante que
99; quando aquele que trabalha por uma hora recebe o mesmo do que aquele que
trabalhou o dia inteiro; onde apenas duas gotas de perfume bastam, ele derrama
sem medida.
É difícil? Claro que é. Mud dizia que para ser cristão não é
preciso muita coisa, para ser cristão é preciso tudo. É esse tudo que somos,
indecisos, vacilantes, inconsequentes, mas em Deus alcançamos misericórdia.
Essa misericórdia não pode ficar estagnada, dentro de nós ela é apenas uma
bênção. Se fizermos dela uma corrente, fatalmente ela se tornará uma bem
aventurança, pois assim disse Jesus: Vocês
serão bem aventurados se todos forem misericordiosos, porque estarão condenados
a viver num mundo de misericórdia. (Mt 5.7)
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