Discípulos de João por V. Gilbert & Arlisle F. Beers
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O segundo encontro narrado por João em seu evangelho é com o
radicalismo religioso de João Batista e seus seguidores. Muito embora neste
evangelho o encontro tenha sido cordial, Mateus nos apresenta uma outra
perspectiva não tão conciliadora: O
senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro? (Mt 11.2) É com esta pergunta que o Batista
mostra a diferença entre a sua pregação e a de Jesus. Mostra mais ainda. Mostra
que embora o machado esteja realmente à raiz da árvore, ainda há tempo para se adubar,
para cavar em volta e afofar a terra para ver, a exemplo da parábola da
figueira estéril de Lucas 13, a árvore condenada dar fruto ao seu tempo.
Este é o encontro da mensagem proselitista com a essência mais
pura do evangelho. Para João, os pecadores, ou seja, todos aqueles que não
estavam sendo contado entre os seus seguidores, já estava sumariamente
condenados. O ministério de Jesus entre os publicanos e prostitutas era uma
afronta ao rigor da sua moral e dos seus costumes. Aquele sobre quem João vira
descer o Espírito Santo de Deus como em nenhum outro na História estava sendo
questionado por uma posição do conhecidíssimo espírito de porco humano.
É importante para os dias de hoje o registro de Mateus, pois
ele veio para derrubar de vez para sempre o nosso determinismo religioso. O nosso
julgamento precipitado e a nossa sentença sumária. Quem é você para julgar o escravo de alguém? Se ele vai vencer ou
fracassar, isso é da conta do dono dele. E ele vai vencer porque o Senhor pode
fazê-lo vencer. (Rm 14.4) Esta a visão de Paulo para aquele que ainda não abarco
a fé. Mas por outro lado, ele adverte: Portanto,
aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair. (I Co 10.12)
Então agora são dois pesos e duas medidas? O que vale para o
perdido não vale para o redimido? Assim como João Batista estamos sempre
questionando o ministério de Jesus: Faz
tantos anos que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma
ordem sua. Mas Deus nos responde: Meu
filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas era preciso
fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois este seu irmão estava morto
e viveu de novo; estava perdido e foi achado. (Lc 15.31s)
Ou será que ainda estamos com saudades das panelas de carne
do Egito?
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