Pregação do padre Heiner Wilmer
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A nossa adoração a Deus deve estar em sintonia com os acontecimentos
do mundo contemporâneo. O culto jamais deve ser uma fuga do mundo real. Eu
mesmo já fiz algumas vezes, vai-se à igreja adorar a Deus como o propósito de
escapar do mundo real. Para entrar num mundo religioso que nada tem a ver com a
realidade. Fazendo isso nós divorciamos um mundo do outro. Tem coisas que a
gente faz na igreja e, de modo algum, faz fora da igreja. Até aí menos mal, muito
mais temeroso seria o contrário, as coisas que a gente faz lá fora. Nós
oscilamos entre esses dois mundos: o sagrado e o secular. Vivemos uma vida
dupla. Temos que tomar cuidado porque se o nosso momento de adoração nos encoraje
a deixar de fora a nossa casa, o nosso trabalho, nossa comunidade e os nossos
amigos, estamos adorando da forma mais antibíblica possível. Se for assim,
estamos adorando a Deus numa esquizofrenia espiritual que contribui cada vez
mais para o divórcio irrevogável entre o mundo e a igreja.
Temos que reconhecer de uma vez por todas que o Deus a quem
adoramos é um Deus vivo. O Deus a quem adoramos é o Deus que reina neste mundo.
O Deus a quem adoramos é o Deus que criou o mundo, que criou o mundo onde se
trabalha, o mundo que tem lares, o mundo de comunidades e de pessoas.
Os telescópios estão descobrindo uma quantidade enorme de
planetas como o nosso, e isso significa possibilidade de vida. A existência de
vida fora da Terra não é mais uma ficção, é um dado estatístico. Mundo mais
avançados, mundos mais justos, mundos onde há mais fraternidade. Mas foi esse o
mundo que Deus escolheu para enviar seu Filho.
Adorar a Deus é viver por Deus. A Bíblia nunca registrou
sequer um momento de Jesus explicitamente adorando a Deus, com as mãos para o
alto, com olhos fechados, completamente desligado de tudo à sua volta. Jesus
adorava a Deus no mundo através de um relacionamento calcado no amor e no
serviço a esse mundo. Não estou querendo inventar moda, mas é assim que se
adora a Deus. A hora e meia que passamos cantando, orando e estudando no culto
de adoração a Deus focaliza, visualiza e verbaliza toda a expectativa da nossa
vida. O sacrifício agradável a Deus não é tanto que o vem da nossa adoração,
mas dos lábios daqueles que passaram a adorá-lo porque, pelo nosso testemunho,
foram incluídos na comunhão. De tal maneira brilhe a vossa luz diante dos
homens, para que vendo as suas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos
céus.
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