A segunda pesca maravilhosa por Martin Young |
Contava o falecido amigo João Wesley a história de um casal que num certo domingo o marido foi sozinho à igreja, ficando sua mulher em casa preparando o almoço para uma comemoração especial. Quando ele chegou de volta foi recebido com uma enxurrada de perguntas. Sua mulher queria saber, e com detalhes, tudo o que tinha acontecido durante a sua ausência. Quem foi e quem não foi à igreja. Se estava cheia ou vazia. Como estava ornamentada. Aqueles detalhes minuciosos que toda mulher faz questão de conferir. E no final ela perguntou:
‒ E o pastor, pregou sobre o quê?
‒ Ele pregou sobre o pecado, disse o marido.
‒ E o que ele disse sobre o pecado?
‒ Ele disse que é contra.
Pode parecer engraçado, mas serve muito bem para ilustrar a grande diferença entre o primeiro e o segundo chamados de Jesus a seus discípulos. Serve para identificar os desafios e responsabilidades de ser antes um apascentador de ovelhas do que um pescador de almas.
Infelizmente eu nunca fui bom aluno em escatologia, nunca soube interpretar as visões futuristas do Apocalipse, e nem fazer análises, ainda que superficiais, das situações que, segundo muitos, estão prestes a acontecer. Jamais preguei sobre a segunda vinda de Cristo, Armageddon ou juízo final. Não faço a menor ideia de como será o dia do juízo, e sequer tenho certeza se esse dia será mesmo de juízo. E é aqui que entra a história do marido que foi à igreja sozinho. Por mais que ame bombardeiem com esse tipo de sermão; por mais que tentem me colocar a par do que Deus tem reservado para os que o amam; volto para casa como ele: sem entender nada do que foi dito. Porém, sei que naquele dia não vai importar se eu fui um pastor ou um leigo; a minha história de erros e acertos; de fracassos e bênçãos; de sucessos e frustrações; de tentativas e falhas. Espero que naquele dia não me perguntem a que denominação eu pertenci, nem que tipo de cristão eu fui. Para o bem da verdade, espero que ninguém me pergunte se eu fui ou não cristão.
Não tenho certeza, mas tenho a esperança de que naquele dia apenas uma pergunta se fará. A mesma pergunta que Jesus fez a Simão Pedro:
‒ Sergio, você me ama?
Leitura: João 21
Leitura: João 21
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