Salva do século IV que servia a Santa Ceia |
Dizia-lhes ainda: Em
verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira
nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o Reino de
Deus. Marcos 9.1
Existem entre nós aqueles que afirmam categoricamente que
não morrerão enquanto não testemunharem Jesus voltando um sua glória plena. Outros
dizem que não dá mais para esperar, pois o sofrimento de viver na situação
vigente está ficando insuportável, porque o tempo atual supera em iniquidade e
idolatria a todos os outros períodos anteriores da história. Se for realmente
assim, Deus vai ter muito o que explicar para aqueles que morreram nas arenas
romanas, para os mortos nas cruzadas, no holocausto, na peste negra, na
colonização das Américas. Eles vão querer saber o porquê de nós, cristãos
brasileiros, profetizarmos a volta de Jesus em um tempo em que a perseguição à
igreja é quase que imperceptível, em que a morte dos mártires pode ser contada,
em que a liberdade religiosa não é mais uma luta de um credo, e sim um clamor
mundial.
A História nunca registrou uma intervenção visível
de Deus ou de algum ser divino ou demoníaco. Muito embora creiamos que Deus em
Jesus irrompe a história humana, ele o fez sem que deste fato se tenha um
registro documental inquestionável, mas que só é perceptível por meio da fé.
Paulo, quando narra o nascimento de Jesus em Gálatas 4,4, diz somente: Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Não pode haver nada mais comum
do que alguém que tenha nascido sob esses preceitos: nascer de mulher, nascer
sob a lei. Então, se vivemos num tempo comum, como alguém pode esperar o que há
de mais incomum chegar simplesmente atraído pelos fatos do cotidiano?
Para ver o Reino de Deus chegar em sua glória é preciso entender
a morte de Jesus como algo maior que os interesses pessoais, de um grupo ou
mesmo de uma nação inteira. É preciso ver a sua morte como o próprio Jesus a
via, como o momento decisivo de um plano arquitetado por Deus desde a fundação
dos séculos.
É mais do que certo que este Reino chegará. Em vez de
perguntarmos quando, como e onde, deveríamos nos perguntar se nós seremos
dignos de vê-lo chegar. Se não propriamente com os nossos olhos, pelo menos
através dos olhos de uma geração que possa enxergar, através do nosso
testemunho, mais claramente o verdadeiro sentido da morte de Cristo.
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