Quem viver verá

Jesus alimenta milhares por Giovanni Lanfranco
Dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o Reino de Deus. Marcos 9.1

Até então era somente pregação inflamada, discurso poderoso, recheado de ameaças e incertezas que nem mesmo seus seguidores mais próximos entenderam como, quando e onde essas palavras se tornariam realidade. E é justamente no auge dúvida que Jesus põe termo a questão quando diz que muitos dos que ali estavam não morreriam antes de testemunhar o Reino de Deus chegando com poder e glória. Ou seja: o onde era ali, o quando era naquela hora, e o como, veriam muitos daqueles que ainda que estiverem vivos.
Temos elementos variados aqui: Jesus é o Messias, mas vai sofrer por isso, porque, segundo ele, o Reino de Deus se estabelece subvertendo a situação vigente e em grande conflito de interesses. Não se vence esse jogo de interesses estabelecidos com mudanças gradativas e homeopáticas ou pela boa vontade dos homens. Jesus assegura que teria que haver uma intervenção drástica de Deus na história, para que mudanças imediatas e radicais acontecessem. Isso não se daria de forma alguma sem que aquela geração passasse, sem que muitos dos presentes vislumbrassem essa chegada portentosa do Reino de Deus.
Mas no final da história, quem foram aqueles que viram o Reino de Deus chegar? Quem de fato esteve presente a esse fenômeno escatológico? Os que, como Pedro, se comoveram de piedade em ver Jesus padecendo, ou os que valorizaram a sua morte como a de um herói nacional? Quem, no entender de Jesus, estava apto a ver o Reino de Deus chegar? É interessante se observar que passados quase dois mil anos esses dois grupos continuam ativos e presentes na vida da igreja. Se existem aqueles que ainda hoje tentam sentir na pele o sofrimento de Cristo, também existem os que pensam que ele morreu pelos seus interesses pessoais, quando muito pela sua igreja local, quem sabe, pela sua denominação. 

Leitura: Mateus 17.21-22

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