Sacrifícios agradáveis

Nadabe e Abiu apresentam fogo estranho diante de Deus, Ithamar

Sinto-me um privilegiado em não conhecer pessoalmente qualquer astro gospel, mais ainda por conseguir identificá-los na multidão; e infinitamente mais por poder frequentar uma comunidade de fé onde esses nomes sequer são mencionados. Mas isso não é regra, é exceção. Tento me colocar na pele de um bem intencionado antigo servo de Deus que após uma semana de trabalho árduo, dispõe-se a acordar toda a família, para, contra a vontade de alguns, levá-los à igreja. Fico tentando imaginar como essa pessoa consegue conciliar a postura solene nos cultos, que mesmo a custa de beliscões e puxões de orelha aprendera no passado, com a diversidade, vou chamar assim, das manifestações cúlticas atuais.

Continuando o raciocínio da meditação de ontem, esse é outro problema que ocorre quando não o zelo que Deus tem pelo seu nome não é considerado, é tentar fazer do seu culto a Deus uma transposição maquiada de um culto pagão. É bem certo que nos primórdios da fé isso acontecia de fato. Contudo, as novas experiências, o contato mais íntimo com Deus e a renovação das suas consciências fizeram com que cada vez mais se apercebessem da exclusividade de Deus, o que propiciou que as danças extasiantes em volta das fogueiras fossem dando lugar à solenidade do culto no templo. Isso trouxe um a enorme diferença nos usos e costumes do povo. A sensualidade dos véus transparentes foi substituída pelo recato, a sobriedade, se não extinguiu, reduziu ao mínimo o uso de álcool e a ministração de alucinógenos, as perdas inconsequentes de bens materiais e o sacrifício de inocentes foram abolidos. Que ninguém pense que através dessas palavras venho engrossar o coro daqueles que defendem o uso das burcas evangélicas. Sei muito bem apreciar o belo, mas sei também que precisa existir alguma diferença. Não faço ideia de como funciona nas igrejas que tem dono, mas sei muito bem quais são os imediatos e nefastos efeitos nas igrejas tradicionais. Porém, uma coisa que jamais saberei é como os antigos que não ministravam, não coreografavam e nem determinavam, conseguiram erigir os maravilhosos templos que os super-ungidos de hoje mal conseguem pintar. Mais uma pitadinha do Primeiro Testamento para respaldar o que estou dizendo: Quando ofereceres sacrifícios ao Senhor, fazei-o de modo a que sejais aceitos (Lv 22,29).

Leitura: Salmos 50

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