Culto à Rainha do Céu por Titian |
Rainha do Céu, no hebraico malkat hassãmayim e no acádico sarrat
samê é um epíteto da deusa acádica Istar, deusa do planeta Vênus, que dá
beleza, amor e fecundidade. Conforme a Vulgata, os termos Aquila, Símaco e
Teodocião tratam-se da Rainha do Céu. Em Jr 7.18; Jr 44.17-19; Jr 25; em Jr 44 também os LXX usam
o termo Rainha do Céu; o Talmud, porém, reza erroneamente, provavelmente por
causa de textos como Dn 4.19; Dn 17.3; II Rs 17.16; II Rs 21.3-5; Sf 1.5, m'leket hassãmayim é a obra do céu; conforme Gn 2.1, frisando que
os astros são apenas criaturas. A veneração da Rainha do Céu, forma assíria do
culto da deusa mãe, antiquíssimo e universalmente espalhado no Oriente Médio,
tornou-se tão popular em Judá, sob o governo de Manassés (687-642), que nem a
reforma de Josias (640-609) conseguiu erradicá-la. Depois da destruição de
Jerusalém, o povo atribuiu sua desgraça à interrupção do culto da Rainha do Céu
sob o reinado de Josias (Jr 44.15). O que diz Jr 44 é confirmado pelos papiros
do século V a.C. encontrados em Tuna el-Gãbal (Hermópolis), nas cartas de judeus a correspondentes em
Syene, nas quais, ao lado de outras divindades, é mencionada também a Rainha do
Céu. As mulheres tinham uma verdadeira paixão por esse culto; em honra da Rainha
do Céu ofereciam sacrifícios de perfumes e libações (Jr 7.18; Jr 44.17) e
coziam um determinado tipo de bolo, provavelmente na forma de uma estrela, que
os judeus chamavam kawwanlm, do
assírio kamãnu ou kawânu.
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