Moisés e Miriam, www.daum.net |
Ainda que insistam em negar vários elementos da narrativa do
Êxodo, esta continua sendo a mais fantástica história contada. Ela não tem um
final feliz. Penso que a dureza da provação da escravidão se perpetuou no
deserto. Ela não se encaixa nos padrões morais do evangelho. Ela tem um herói,
que na nossa realidade seria o protótipo perfeito do anti-herói: um velho,
fugitivo da lei, queixoso e gago. E não é que esse Moisés é o protagonista
desta história? Logicamente que Deus não leva em conta os nossos critérios de
avaliação, e os que normalmente usa nos deixa perplexos. Vamos atentar para
alguns deles na escolha de Moisés. Primeiramente, Deus o chamou porque com
oitenta anos Moisés ainda era capaz de sonhar. Mesmo diante das fabulosas
construções do Egito, Moisés sonha com a libertação de seu povo. Existe um ditado corriqueiro em
nosso meio que diz: “Deus não escolhe os
capacitados, capacita os escolhidos”. Pois Moisés e a sua negação mais escancarada.
Deus não fez um upgadre ou uma
reconfiguração em Moisés. Pelo contrário, ordenou que ele fosse interpelar o
faraó com todas as suas deficiências. Moisés foi escolhido porque foi capaz de
superá-las todas. Mas ainda há um terceiro motivo. Deus escolheu Moisés para
libertar seu povo da escravidão porque ele é o filho rebelde da parábola que
Jesus conta dos dois filhos. Moisés contestou quase tudo o que Deus o havia
proposto; reivindicou coisas absurdas e não foi atendido; se rebelou contra Deus
quando as evidências eram claras em favor do Todo Poderoso, mas mesma assim não
fugiu para Tarsis, não pediu para antes enterrar o seus pais e nem procrastinou
qualquer mandamento. Simplesmente fez a vontade de Deus. De tudo que pude
aprender dessa história, um fato continua extremamente: Se as circunstâncias não
estão favoráveis a Deus, pior para as circunstâncias.
Leitura: Exodo 3
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