Adão e Eva por Ives Garin |
Tudo começou no Genesis. Todo o fundamento dessa falácia que
prega a inferioridade da mulher começou numa narrativa inspirada, mas que não
se presta de forma alguma como argumento. O Gênesis evoca a imagem marcante de
dois humanos que vagueiam inocentes por um Jardim até serem desafiados por uma
consciência maliciosa. Neste caso, para descumprirem uma única restrição
imposta. Eva pegou da serpente o fruto do conhecimento do bem e do mal, e, após
haver experimentado, deu-o a Adão. Um juízo idôneo diria que o seu maior
erro não foi querer para si sempre o melhor, algo bastante próprio da natureza
feminina. O seu único erro foi o de querer o melhor justamente onde ela se
encontrava, isto é, no Paraíso. Que realidade interessante encontramos neste
texto: uma mulher no comando racional da situação, no controle da ação e
assumindo a responsabilidade dos resultados. Que realidade triste é a de Adão. Ele
foi simplesmente patético diante dos acontecimentos e das circunstâncias.
Alguém que se mostrou indigno de comandar a própria vida. Alguém que se mostrou
incapaz de ser responsável por uma família. Alguém que se escondeu diante da
primeira dificuldade apresentada. Cientes dessas realidades. só existe um meio
de inocentarmos Adão: considerando-o como uma criança irresponsável e
seduzível. Só existe uma maneira de imputarmos o pecado a Eva: considerando-a a
cabeça do primeiro casal de humanos, a grande organizadora e a mentora das
decisões.
Leitura: Genesis 1.
Leitura: Genesis 1.
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