Marta e Maria por Semiradsky |
A saudação que Paulo dirige à maioria das igrejas que
escreveu é graça e paz. Uma saudação bastante repetida nos dias de hoje, mas
será que desejamos às pessoas o mesmo tipo de graça e a mesma paz que Paulo
endereçava às suas igrejas? Paulo, criado como cidadão romano na cultura grega
e na tradição rabínica, ao se converter ao cristianismo, herda o pior dos
mundos. Deixa para trás a milenar religião judaica e não ingressa nas religiões
de mistério do supersticioso Império Romano. Somente uma pessoa com a visão
acurada das virtudes e bênçãos, das mazelas e contradições das culturas gregas
e hebraicas, possui a autoridade moral para se dirigir de forma igual para com
todos. Ou seja, este é um apelo à unidade que fora exigida pelo seu Senhor e Mestre,
“para que todos sejam um”. Esta é a fé cristã, um mover do Espírito que
transforma um simples cumprimento, num impregnado de bênçãos e desafios que
fazem com que nos importemos uns com os outros. Então ficam as perguntas: Por
que em nossas saudações em vez de ficar procurando combinar adjetivos e
virtudes, não recorremos à simplicidade do óbvio e à praticidade do que já deu
certo? Por que buscarmos nas formas atuais de saudação, que são tão estranhas à
nossa fé quanto à compreensão dos não cristãos, elementos que comprometem e
dificultam esta aproximação tão desejada? Por que tentar inventar quando o que
já nos foi ensinado é tão mais completo e oportuno? A pura e simples fé em
Cristo segue sempre o mesmo padrão: Porque
eu recebi do Senhor o que também vos entreguei (I Co 11.23).
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