Jesus e a ovelha perdida, Glenn Bautista |
A situação mais desastrosa ainda é a dos fariseus, porque o problema maior de estar perdido é não saber que está perdido. Quando nos tornamos insensíveis à dor e a perplexidade daqueles que carecem tanto de Jesus, não temos mais nada a oferecer, a não ser a crítica e a condenação. Assim, mais do que nunca, nós precisamos do Pastor Amado para nos amar, para nos achar e para nos trazer de volta à vida.
Em segundo lugar, a palavra procurar descreve o amor preveniente de Deus. De que maneira você se identifica com as ovelhas perdidas? Jesus quer saber, porque ele deixou as noventa e nove e está buscando você e eu. É o amor preveninete de Deus. Qualquer ânsia nossa por Deus, e existe essa ânsia em nós, caso contrário muitos de nós não iríamos à igreja e outros não perderiam tempo lendo mensagens chatas como as minhas. Mas eu dizia que existe dentro de nós uma ânsia por Deus, mas vocês sabem por quê? Porque ele já está nos procurando. Ele já antecipou esse encontro e isso é o amor preveniente do Deus Eterno.
O desejo de conhecê-lo, o desejo de recuperar a certeza da presença dele é resultado do seu cuidado por nós. É a ação preveniente do amor do Deus Eterno. Os passos do Pastor amado estão sempre no nosso rastro. Ele nunca desiste de nós.
A terceira chave da parábola é a expressão “até achá-la”. Até achá-la. É verdade. Todo o nosso descontentamento nessa vida, a nossa insatisfação, toda a nossa perturbação é justamente por causa da nossa busca por aquele que já nos tem achado. Me permitam dizer de novo: toda a nossa perturbação vem da busca por aquele que já nos encontrou. Aqui, neste caso, o contrário de estar perdido é ser curado, e de uma vez para sempre. Quando aceitamos o conforto libertador de Deus nos vem a convicção de que ele nunca mais vai nos deixar perdidos. Ele nos conhece mesmo. Ele nos ama mesmo. Neste exato momento nós estamos cercados do seu amor que nos aceita como somos e como estamos.
Escrevendo este texto me veio uma dúvida: o que Jesus estava querendo dizer nesta parábola? O quanto o achado desse pastor pode mudar as coisas dali para frente? Dizia um teólogo antigo: Nós temos procurado um bem para amar, mas no fim descobrimos que temos sido encontrados por um bem que nos ama.
Por que ainda nos preocupamos com o evangelho nos tenebrosos dias atuais? Por que ainda vamos às igrejas ou aos locais de celebração de culto? Por uma única razão: porque nós já fomos achados. O pastor já nos achou. Temos esperança porque sentimos que já somos amados por Deus. Existe um pensamento estupendo aqui. É a verdade tremendamente verdadeira que Deus é muito mais bondoso que o ser humano. Eu sei que tem gente que sabe que é verdade e que vive esta realidade e que isso é um consenso, mas não é bem assim não. É tão fácil crer que a situação daqueles cobradores de impostos, daqueles pecadores e daquela gente de má fama estava além de qualquer ajuda, e que eles não mereciam nada menos do que a destruição. Assim pensamos. Parece que falamos com alegria da destruição daqueles que merecem a destruição. É assim que nos pensamos, mas o pastor do grande rebanho não pensa assim não. Queremos desistir deles, mas o nosso Deus não desiste não. Se todos pensássemos assim seria tão mais fácil para o pecador voltar para Deus, em vez de ter viver debaixo das críticas dos antigos e novos fariseus.
Isso nos guia ao último ato da parábola. No fim Jesus mostra o contraste entre a atitude dos fariseus e dos doutores da lei com o regozijo do pastor ao abraçar a ovelha perdida. Alguém pode avaliar o grau dessa confrontação apenas com a imaginação? Alguém pode ter uma visualização do acontecimento apenas com a sua mente? O pastor arriscando a sua vida e a vida das noventa e nove para encontrar a perdida, e quando a encontra caída, apavorada e sem forças cuida de suas feridas e a coloca nos ombros. A ovelha relaxa e sente segura nos braços musculosos do pastor: Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: “Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida” (Lc 15.5-6). Aqui está o Deus Eterno carregando você e eu para a sua casa.
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