Trinquete na mão de criança

Trinquete da Copa, mais uma decepção
Uma criança se “amarrou” no trinquete (foi o nome que eu achei para aquele brinquedo em que uma paleta ao girar faz barulho em uma catraca) que lhe foi dado de presente por um amigo da família, enquanto deixava de lado a mini-moto com bateria que custara os olhos da cara ao pai. Um bebê pouco dado, de repente se atira para o colo de um desconhecido e de lá ninguém o tira, nem mesmo sua mãe.

Nós costumamos dizer que esse é um comportamento autêntico e invariavelmente o elogiamos. Bom, isso até certo ponto, porque ninguém gostaria de estar na pele daquele pai. Também este comportamento do bebe é engraçado apenas em ambientes de pessoas conhecidas, porque a todo tempo estamos dizendo para os nossos filhos não aceitarem coisa alguma de estranhos, não os acompanharem quando chamados, e, se possível for, sequer falar com eles.

Como se pode comprovar, até mesmo a doce e inocente autenticidade infantil tem que ter a sua hora, o seu local e os seus limites. Então me digam por que esta regra tão essencial e tão pertinente não está valendo para os nossos cultos? Desculpem-me os mais complacentes, mas quando vejo marmanjos cantando “Deus cuida de mim” na frente de uma congregação ou quando me deparo com mulheres já formadas fazendo gestos vigorosos, e porque não dizer sensuais na igreja, a título de estarem louvando a Deus por meio daquilo que chamam de coreografia do Espírito, não consigo enxergar qualquer diferença.

Não estaríamos trocando uma tradição milenar, que custou aos nossos irmãos do passado muito sofrimento, perseguição e morte por um trinquete que foi importado clandestinamente de um outro credo? E como fica o nosso Pai, que nos enviou seu Filho a um custo desmedido, assistindo essa inversão dos valores que foram aprovados e recomendados por ele insistentemente nas Escrituras? É verdade, toda a tradição bíblica, assim como os evangelhos e a forma correta de adoração foram preservados e trazidos até nós por uma longa cadeia de fidelidade e obediência, e não podem ser substituídos nem mesmo pela melhor e mais bem intencionada autenticidade.

Qual não deveria ser a preocupação dos pastores, pelo menos aqueles que foram vocacioados por Deus para guiarem o seu rebanho por águas tranquilas e pastos verdejantes, vendo que as ovelhas estão debandando para todos os lados, agitadas por “todo vento de doutrina”? Ao que me parece, esta preocupação é tão relativa quanto àquela que aplicamos aos bebês, pois enquanto esses procedimentos existirem apenas entre as quatro paredes da sua igreja, para eles, os tais pastores, está tudo bem.

Já não bastava Leonard Ravenhill nos advertir: Esta geração de pregadores responderá por esta geração de pecadores. Ainda temos John Wesley ligando o alerta máximo, quando disse: O que uma geração tolera, a outra irá abraçar. Nesse segundo aspecto, a minha geração inteira precisa fazer um mea-culpa, quando assistiu placidamente influências do movimento chamado Nova Era tomar conta dos nossos usos e costumes, da teologia e da filosofia por uma parcela considerável de tempo. Só reagimos a esse “inocente” movimento quando ele começou a proclamar abertamente o uso de drogas e o sexo livre, porque até então estava tudo bem.

Foi por muito pouco que não trocamos a concepção de um Deus pessoal, que se relaciona diretamente com os seus filhos, que é sensível aos seus anseios, por rituais e mantras de um panteísmo em que o chamado Absoluto, fruto da mente que se vê por conta própria, sem orientação de revelação divina alguma.

É muito importante que não incorramos neste erro novamente. Não é de hoje que aceitamos a ideia de que o Deus islâmico é o mesmo Deus de Jesus Cristo, apenas defasado da encarnação. As guerras santas contra os espiritualistas e umbandistas já foi deflagrada. A política já conta com um sem número de representantes que se dizem evangélicos. O que ainda falta para enxergarmos que estamos ficando cada vez mais cristianizados e cada vez menos cristãos?

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