É impossível, mas Deus pode, autor não identificado |
Texto do reverendo Jonas Rezende.
Em página de grande beleza e profundo significado, a escritora Gabriela Mistral, prêmio Nobel de literatura, afirma que toda Natureza é um imenso desejo de servir: serve a nuvem, o vento, as fontes... Deus, ele mesmo, poderia ser chamado Aquele que serve.
É justamente o que Jesus Cristo transmite nesta passagem do Evangelho: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
Vejo a criação como um trabalho incessante. O homem é chamado por Deus para participar desse trabalho criativo e criador. Paulo, o apóstolo, entende a vocação última do ser humano e, por isso, escreve: “Somos cooperadores de Deus.”
Vinícius de Moraes, em sua “Mensagem à Poesia”, interpreta muito bem o sentido do nosso trabalho, no mundo onde fomos lançados sem prévia opção. Diz o poeta: “... Há um lavrador que foi agredido, há uma poça de sangue numa praça. / Meus ombros não se devem curvar, /meus olhos não se devem deixar intimidar, /eu levo nas costas a desgraça dos homens / e não é o momento de Parar agora...
Jesus Cristo assume, no Evangelho, a posição do Servo Sofredor, que está à disposição para libertar todos os homens. O profeta Isaías escreve sobre esta missão de serviço oito séculos antes de Jesus nascer. E mostra o mistério do Messias vitorioso através da cruz: O castigo que nos traz a paz estava sobre ele e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
Creio firmemente que somos chamados por Deus para trabalhar em favor da Vida; para a libertação do homem. Este é o “bom combate” de que nos fala Paulo de Tarso.
O dramaturgo Bertolt Brecht sentencia ajuizadamente:
Há homens que lutam um dia e são bons; há os que lutam um ano e são melhores; há os que lutam muitos anos e são muito bons; mas há os que lutam a vida inteira: estes são os imprescindíveis.
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