Texto do rev. Jonas Rezende
A alegria do achado é difícil de descrever, você sabe. O filósofo Arquimedes, ao descobrir, finalmente, o que há tanto tempo perseguia, sai de seu banho a gritar, completamente nu, aos seus atônitos concidadãos: “Heureca, heureca! Achei, achei!”
Mas creio que é preciso sublinhar que a alegria dos achados é proporcional à intensidade de nossas buscas. E a busca mais importante para o ser humano é a do próprio Deus, que corresponde ao apelo do Salmista: “Busquem o Senhor.” E o poeta do Eterno nos diz nas entrelinhas: Só não vê Deus quem não quer.
A Bíblia como um todo nos ensina que encontramos o Senhor da Vida na própria Vida — e esta é a dimensão cósmica da fé. O poeta bíblico nos adverte: “Os céus manifestam a glória de Deus.” E preciso, então, buscar a Deus com a paixão dos astrônomos e geólogos; com a loucura dos astrólogos e alquimistas, com a mística despojada dos santos. Não podemos esquecer que os magos chegam até Jesus guiados por uma estrela...
Mas encontramos, também, o Senhor da Vida na vida dos homens que nos cercam — e aqui se localiza a responsabilidade social de nossa fé. Jesus previne que, aquilo que fizermos aos pequeninos, fazemos a ele mesmo. O outro é, de certa forma, o nosso Cristo, como, de certa forma, somos o Cristo de nosso próximo.
Encontramos, finalmente, o Senhor da Vida em nossa própria vida — e esta é a perspectiva pessoal da fé que possuímos. O reino de Deus, para o Cristo, está dentro de nós. Sócrates intui, antes de Jesus, esta verdade, quando coloca como centro de sua filosofia a frase inscrita no templo de Delfos: “Conheça-se a si mesmo.”
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