Busquem o
Senhor enquanto se pode achar, e o invoquem enquanto está perto. Isaías (Isaías
55.6)
Visões de Santo Agosyinho, Lippi Filippo Fra |
Texto do rev.
Jonas Rezende.
De início,
partilho com você dois destaques que me parecem importantes: Deus está sempre
perto do ser humano e, portanto, também pode sempre ser encontrado.
Sinto que
aqui o profeta quer somente destacar a importância da busca movimentada pelo
desejo absoluto de todo o nosso ser. Santo Agostinho entende e, por isso,
declara com infinita paixão: “Nossa alma, ó Deus, foi feita para ti e não
encontra descanso enquanto não repousa em ti.”
A busca de
Deus consome a existência inteira. Não se trata de um movimento de massas ou de
alguma coisa que se explique pela psicologia das multidões. É, antes, uma
empreitada pessoal onde as experiências alheias são apenas referências nunca
definitivas. A razão e o intelecto mobilizados, mas a busca também não se
explica nem se esgota pela lógica da filosofia.
O episódio
bíblico que mais me fascina, nesse sentido, é a luta simbólica de Jacó com Deus,
no Vale de Jaboque. Ali é o momento da verdade e da transformação radical de
Jacó. O norte do patriarca será mudado, bem como toda a sua vida jamais será a
mesma. Ele sabe. Por isso sabe também que sua vitória só é possível se perder
para Deus. E Jacó impõe e também suplica ao Senhor: “Não te deixarei enquanto
não me abençoares”.
Cada homem
pode viver essa busca e essa experiência utilizando a avenida do amor, mas
sabendo que deve também forjar o seu caminho particular e pessoal. E esse
caminho é descoberto quando nos fazemos bandeirantes da fé. O poeta Antonio
Machado esclarece:
Caminhante, não há caminho; o caminho se faz ao andar.
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