Permanecer firme

Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. Hebreus 11.24-27
Serpentes por todo lado, Toi o Tamaki
Texto baseado em sermão do rev. Garrison.

O negócio é números. Imagino que não exista uma construção que tenha portas mais larga do que as nossas igrejas. Não são apenas largas, mas estão escancaradamente abertas. Abertas na esperança de que Deus mande pessoas para aumentar o nosso rol de membros, e assim sermos premiados por eficiência. Mas nem sempre nos damos conta de que esta porta aberta também serve para o povo ir embora.

Todas as igrejas têm um número grande de membros inativos. O problema das pessoas que estão com a sua fé abalada ou indiferente é real e preocupante. Isso contrasta com o que normalmente lemos na nossa coluna "O santo do dia", que exalta como característica principal a perseverança deles, o que em teologia chamamos de segurança eterna. Esse contraste é o gerador de uma discussão antiga sobre a salvação. Existem os calvinistas que dizem que ninguém genuinamente convertido pode perder a fé. Suas convicções são baseadas na vida dos santos e nas palavras de Jesus em Jo 10.28: Ninguém pode arrancá-los da minha mão. Por outro lado, existem também os arminianos que dizem que nem mesmo o melhor cristão pode garantir que a sua fidelidade será para sempre, e citam Hb 6.6: Mas depois abandonaram a fé. É impossível levar essas pessoas a se arrependerem de novo, pois estão crucificando outra vez o Filho de Deus e zombando publicamente dele.

É uma discussão infrutífera, pois enquanto um lado afirma é possível ter fé genuína e depois perdê-la, o outro vai dizer que quem a perdeu, nunca a tinha possuído genuinamente. Ambas as argumentações são absurdas e para nada servem. Confesso que perdi muito do entusiasmo na defesa do arminianismo, assim como deixei de tentar distinguir as ovelhas dos bodes. Mas sei também que o problema da permanência na fé ainda permanece vivo entre nós. Todos conhecemos pessoas que eram firmes na fé, mas que não andam mais conosco. Há muitos que se dizem cristãos e não frequentam igreja alguma. Culpam o pastor, culpam os membros, culpam as doutrinas, mas a verdade é essa.



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