Você amará ao seu
próximo como a você mesmo. Marcos 12.31
Quem sou eu? |
Texto do rev. Jonas Rezende
Logo depois de explicar a um escriba que o amor a Deus
revela nossa fé absoluta e paixão infinita, Jesus complementa a proposta divina
com o segundo mandamento essencial: amar ao próximo como a nós mesmos. Se nosso
coração pulsa no ritmo do Eterno, nossos pés devem estar bem plantados neste
chão desafiador da terra de todos nós. Para sermos, como nos convoca o apóstolo
Paulo, “servos uns dos outros no amor”.
Acompanhando, a passos largos, a história do homem, sabemos
que saímos recentemente das cavernas. Ainda ontem nossas feições e
comportamento eram expressados pelo Homo
ferus, o homem quase nivelado às feras, sem consciência da centelha divina
que traz em si. A razão humana hoje se impõe, e o homem se orgulha porque é Homo sapiens, com a capacidade
sofisticada de pensar e abstrair conceitos. Como não ver, porém, a fera no
palco das guerras e na violência sem precedentes, que ameaça destruir a própria
Natureza? Se você examinar as letras dos hinos nacionais, que falam
invariavelmente de luta e sangue, ou assistir a uma simples luta de boxe, vai
ver que não estou exagerando. Apenas pela esperança podemos negar que nosso
futuro desemboque no holocausto da bomba atômica.
É justamente por essa esperança que aguardamos o nascimento
do homem novo, o Homo afectus, o ser
que se expressa através do amor, do afeto, da ternura.
O homem que ama o próximo como a si mesmo, o homem que se
ama no próximo revela a outra face do amor, que é o serviço. E se faz parceiro
de Deus, no parto da nova humanidade. Torna-se, com Deus, responsável por “uma
terra em que habitem a verdade e a justiça”.
O homem do afeto e da ternura é aquele que faz da afirmação
poética de Maiakovski seu credo essencial:
Minha anatomia enlouqueceu; sou todo o coração.
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