Curiosa formação rochosa |
Do tronco de Jessé
sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Naquele dia, recorrerão as
nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos; a glória lhe
será a morada. Isaías 11.1 e 10
Muito se enganam aqueles que pensam que a igreja é o recurso
último de Deus para a salvação do mundo e se enganam mais ainda aqueles que
pensam que Deus não vai deixar de lado uma disposição em favor do seu grande
projeto, que é a instauração plena do seu Reino.
A própria Bíblia nos fornece elementos mais que suficientes
para que não nos iludamos com infundadas pretensões e nem com vazias seguranças em supostas promessas. Em pelo menos duas situações nós podemos
constatar a veracidade desse fundamento. Não bastasse, é claro, as contundentes
palavras de Jesus contra aqueles que tentavam atravancar os planos de Deus pedindo
que a multidão se calasse, quando na sua entrada triunfal em Jerusalém: Se eles se calarem, as próprias pedras
clamarão. Em uma claríssima alusão a omissão de todos aqueles que doravante
negligenciassem a missão de anunciar o evangelho. A conclusão é bastante
simples: Se a igreja se calar, Deus fará com que as mais improváveis pedras clamem em
seu lugar, retirando dela a gloriosa comissão de agência de proclamação da sua
Palavra.
Os judeus fazem questão absoluta de não tocar no assunto,
pois para eles se trata de um sentimento profundo de vergonha nacional. Poucos
sabem que a cidade de Jerusalém não foi a primeira e nem a única sede do templo
erigido em nome do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Muito antes dela, em Siló,
havia sido construído um local para abrigar a Arca da Aliança e
consequentemente servir como a principal centralizadora do culto a Javé. Pois foi pelas
iniquidades e injustiças ali praticadas que Deus permitiu que os filisteus
saqueassem a cidade e confiscassem a Arca, descartando de vez a cidade de Siló
como o local para onde todas as nações deveriam convergir ao ouvirem a sua voz.
A sentença de Deus sobre esta cidade foi resumida em I Samuel 2.14
... e metia-o na caldeira, ou na panela,
ou no tacho, ou na marmita, e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava
para si; assim se fazia a todo o Israel que ia ali, a Siló. Era, pois, mui
grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a
oferta do Senhor.
Ficamos sabendo também, através da profecia de Isaías, que
houve um tempo em que Deus desistiu da descendência de Davi. E estas são
palavras dignas do mais alto crédito, pois foram proferidas por um dos
descendentes deste rei, pois Isaías era um príncipe em Israel. Isaías fala
abertamente nos versículos acima, que Deus retornará a Jessé, desistindo de uma
vez por todas de Davi e seus descendentes. Deus voltará ao pai de Davi e fará,
segundo as promessas, que este suscite um novo rebento, para que este livre das
iniquidades praticadas por Davi e seus sucessores, para que este governe com justiça e dignamente
Israel. Um dos sinais claros dessa mudança é a afluência e a aceitação de povos distantes
e completamente diferentes no culto ao Deus de Israel.
Interessante notar que o profeta não faz qualquer alusão à
conversão destes ou mudança de mente desses povos, mas que sua presença se dará
exclusivamente pela atitude daqueles que pela fé se constituírem autênticos descendentes
de Jessé.
A transformação do mundo não depende de qualquer mudança que se
faça a partir do próprio mundo, como costumamos pensar. Depende
inteiramente de uma mudança de mente e de atitude da igreja, de como ela se enxerga nesse
mundo e do compromisso que assume diante de Deus. A ameaça hoje está mais que
latente, pois as pedras estão clamando cada vez mais alto e nos lugares menos prováveis. Tudo isso porque a igreja renunciou à sua vocação, pois imagina ser ela o cerne das promessas de Deus. O amor de Deus está destinado ao mundo, como diz Jesus em João 3.16. Por conta disso enfatizava insistentemente o reverendo Garrison, o maior pregador do evangelho que tive a bênção de conhecer: Pecadores é o negócio da igreja.
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