O que é EXEMPLO?

Lava-pés, autor não identificado
Se a palavra ilumina, o exemplo arrasta. Como bom educador, Deus dá ao homem exemplos a seguir e modelos a imitar.

Primeiro Testamento
Os caminhos de Deus e os exemplos humanos.
Deus se acomoda à fraqueza dos homens que são ao mesmo tempo crianças a serem formadas e pecadores a serem reformados. Ainda não é possível propor-lhes a imitação daquele que os criou à sua própria imagem, pois que o modelo pareceria inacessível em vista da sua transcendência.

Pretender ser como Deus é coisa do pecador; o justo se empenha apenas em responder ao apelo do seu Criador andando com ele, isto é, vivendo na retidão perfeita que a sua presença exige. Na prescrição divina sede santos, porque eu sou santo trata-se de duas santidades distintas: a de Deus que é a transcendência do seu mistério, e a do homem que é a pureza exigida pelo culto divino e pela presença do três vezes santo no meio do seu povo. Aí não há, portanto, apelo a ser igual a Deus. Contudo, o ensinamento dos profetas permite entrever que Deus prescreve ao homem seguir caminhos em que ele próprio se compraz em andar: Mi 6.8 - Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.

O povo encontrará os exemplos de que precisa, ao olhar os seus pais; julgando a árvore pelos seus frutos, ele discernirá na atitude dos pais o que deve ser imitado ou evitado; eis, de um lado, a fé e a fidelidade de Abraão, e de outro, a dúvida e a desobediência de Adão e Eva. A história está cheia de tais personagens cujo exemplo ilumina e que os sábios fazem desfilar sob os olhos dos seus discípulos. Os anciãos devem se sentir como Eleázaro, responsáveis pelo povo e especialmente pelos jovens; devem deixar um nobre exemplo, mesmo que para isso lhes fosse preciso morrer como mártires.

Segundo Testamento
Dos exemplos divinos ao modelo divino.
O ST evoca ainda o passado: não se deve imitar a Caim, o assassino, nem a geração desobediente do deserto, mas tomar por modelo a paciência dos profetas, a fé e a perseverança duma nuvem de testemunhas de Deus. Os crentes têm de resto tais testemunhas sob os seus olhos; que imitem a fé dos seus prepostos e a conduta dos que, como Paulo, são modelos. O Apóstolo várias vezes insta os fiéis a se tornarem seus imitadores, especialmente trabalhando como ele o fez para lhes servir de exemplo. Que os anciãos sejam, como ele, modelos, a fim de que suas comunidades também sejam exemplos.

Mas para os fiéis não há senão um só modelo perfeito, do qual os outros são apenas reflexo: Jesus Cristo. O próprio Paulo só deve ser imitado porque ele imita Cristo. Essa é a novidade fundamental: graças a Jesus, Filho de Deus feito homem, o homem pode imitar o seu Senhor e, com isso, imitar o próprio Deus: Ef 5.1 - Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. Jesus é a fonte e o modelo da fé perfeita que é confiança e fidelidade: a quem nele crê ele concede tornar-se filho de Deus e viver da sua vida. Por conseguinte, o homem pode imitar o exemplo do Senhor, seguir suas pegadas na via do humilde amor que o fez dar a sua própria vida; pode amar seus irmãos como Jesus os amou.

Jesus os amou como seu Pai o amou; imitar a Jesus é imitar o Pai; corresponder à nossa vocação de nos tornarmos conformes a Cristo, perfeita imagem de seu Pai, renovarmo-nos à imagem do nosso Criador cujo sentido profundo, e até então escondido, fica revelado com essa aproximação. Podemos e devemos nos tornar santos como o é nosso Pai celeste. Fazendo isso, respondemos à própria ordem de Jesus: ele quer que imitemos o Pai, sua bondade perfeita e seu amor misericordioso, e se o fizermos, virá um dia em que seremos semelhantes àquele que tivermos imitado, porque o veremos tal qual ele é: I Jo 3.2 - Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é

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