A linguagem de Deus

Efusão, Kathy Ammon

Aquele que Deus enviou diz as palavras de Deus porque Deus dá do seu Espírito sem medida. João 3.34

 Desde quando posso me lembrar, nunca vi a palavra evangélico estar em tamanha evidência em nosso país como nos tempos atuais. Uma palavra que provocava um sentimento de confiança, cultura e um certo respeito, mas que, devido ao uso indevido de algumas pessoas, passou a ser sinônimo de exploração da fé, fanatismo religioso e descrédito. Contudo, a despeito disso, me perece que estamos caminhando para um outubro em que brevemente ela será também sinônimo de polarização.

Não falo aqui da profecia em que Jesus antecipa o rompimento entre os que com ele ajuntam, e os que separam, que, na realidade, pouca ou mesmo nenhuma relação tem com o citado termo evangélico. Refiro-me a algo muito maior e mais próximo de todos nós, aquilo que convencionamos chamar de Palavra de Deus, não a escrita na Bíblia, mas a que ele tem revelado incessantemente ao longo da História.

Para que nos situemos nesse contexto, antes de tudo precisamos lembrar de que não foram poucas as vezes que Jesus condicionou a autenticidade da Palavra de Deus à efusão do Espírito desse mesmo Deus. Ele deixa claro que apenas aqueles cuja ação e a posição momentâneas revelam a manifestação desse Espírito, que sopra onde quer e que jamais saberemos de onde vem e nem para onde vai, são os portadores credenciados e autorizados de proferirem essa Palavra, independentemente do seu credo. É importante que nos lembremos disso na hora em que tivermos que optar por um polo na disputa eleitoral.

Quero alertar que, para este caso específico, o uso de citações da palavra escrita de Deus: a Bíblia, ou mesmo a autoridade com que ela investe algumas pessoas para discorrerem sobre ela, nunca deverá ser confundido com a Palavra de Deus que se revela naquele exato momento da História, pois segundo aprendemos de Jesus ela pode se apresentar até na boca do Diabo, de tolos e de aproveitadores.

Está escrito. Eu, porém, vos digo. Não sei determinar quantas vezes Jesus disse isso, mas sei muito bem que foi dito em horas em que a polarização se fazia oportuna. Por conta disso é que se ressalta que o que está escrito deverá estar definitivamente subordinado ao que Deus está dizendo naquele preciso momento. Se foi dito através de Jesus, de Pedro, de Paulo ou de algum outro arauto desse ou daquele tempo, não importa. Imprescindível para nós será detectar os sinais quase que imperceptíveis do espírito que orienta e avalia a palavra que está sendo dita.

De todo o coração proponho que vocês esqueçam temporariamente de denominações e de títulos e que tentem desesperadamente ler nos sinais que Palavra de Deus apontam a essência mais pura que nos pode trazer essa estranha linguagem. Sabendo de antemão que Deus nunca escondeu a sua preferência pelos pobres, ignorantes, aflitos e sozinhos, tentemos começar essa leitura a partir deles, destes sinais, pois, com certeza, esta é uma das poucas pistas que nos serão dadas.

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