Arrebatamento de Elias, iluminura medieval |
Adaptado do texto de Paulo da Silva Neto Sobrinho.
O que poderíamos entender dessa passagem? Seria, talvez, um
fenômeno de transporte, considerando que os envolvidos foram corporalmente
parar num outro lugar? Embora seja um fenômeno extraordinário demais, ele é o
mais provável para explicar o acontecido, tomando-se os relatos como
verdadeiros. Não seria isso o que aconteceu com Elias? Ora, pelo que percebemos
tal ocorrência não era totalmente estranha aos que o conheciam.
Explicam-nos os tradutores da Bíblia de Jerusalém: Os desaparecimentos repentinos da Bíblia parecem ter sido um dos traços da história de Elias em II Rs 2.16, até o seu arrebatamento definitivo em II Rs 2,11. Com isso poderemos entender o porquê dos irmãos profetas, que moravam em Betel e os que moravam em Jericó terem dito a Eliseu: II Rs 2.3-5 - Você está sabendo que Javé hoje mesmo vai levar embora seu mestre, nos ares, por cima da sua cabeça?, obtendo dele a resposta: Claro que eu sei. Mas fiquem quietos. Ou seja, todo mundo já sabia o que ia acontecer a Elias.
Explicam-nos os tradutores da Bíblia de Jerusalém: Os desaparecimentos repentinos da Bíblia parecem ter sido um dos traços da história de Elias em II Rs 2.16, até o seu arrebatamento definitivo em II Rs 2,11. Com isso poderemos entender o porquê dos irmãos profetas, que moravam em Betel e os que moravam em Jericó terem dito a Eliseu: II Rs 2.3-5 - Você está sabendo que Javé hoje mesmo vai levar embora seu mestre, nos ares, por cima da sua cabeça?, obtendo dele a resposta: Claro que eu sei. Mas fiquem quietos. Ou seja, todo mundo já sabia o que ia acontecer a Elias.
Podemos, ainda, ver a tranquilidade com que Elias via essa
questão, não ficando temeroso em relação ao seu iminente arrebatamento,
inclusive, dizendo a Eliseu que ele poderia lhe pedir o que quisesse antes que
ele fosse arrebatado. E, na sequência, ele, Elias, subiu ao céu no redemoinho,
após o aparecimento de um carro de fogo com cavalos de fogo que o separou de
Eliseu. Os cinquenta profetas que estavam acompanhando o desenrolar dos fatos,
se propuseram a enviar alguns homens valentes para procurar Elias, dizendo: Talvez o espírito de Javé o tenha arrebatado
e jogado sobre algum monte ou dentro de algum vale. Só que Eliseu,
retrucou: Não mandem ninguém.
A questão é: se pensassem mesmo que Elias tivesse ido literalmente
para o céu, essa ideia de procurá-lo não faz o menor sentido. O fato de Eliseu
não ter concordado, talvez, se explique que ele não fazia questão de que
achassem Elias, porquanto, ele, como seu discípulo, é quem iria substituí-lo no
cargo de profeta oficial, vamos assim dizer.
Então, Elias poderia ter sido levado (arrebatado) para um
outro lugar? É provável, pois em II Cr 21,12-15 está narrado que depois desse
episódio com Elias, Jeorão, rei de Judá, recebeu uma carta dele. O escritor
Paulo Finotti, em seu livro Ressurreição, informa-nos sobre isso: Assim, quando Jeorão, rei de Judá, começou a
reinar, já havia ocorrido o que está escrito em II Reis 2:11,12, e se Elias
ainda podia enviar uma carta ao rei Jeorão é porque, após a sua “ascensão”,
continuava aqui na terra profetizando para o reino de Judá.
Realmente, segundo a citada narrativa bíblica, Elias, depois
de ter sido supostamente arrebatado aos céus, enviou mesmo uma carta a Jeorão,
filho e sucessor de Josafá, de Judá. O que pode ser corroborado com os
tradutores da Bíblia de Jerusalém, que afirmam: De acordo com a cronologia de II Rs, Elias tinha desaparecido antes do
reinado de Jorão de Israel e, portanto, antes de Jorão de Judá. O cronista deve
utilizar uma tradição apócrifa.
Sem levarmos em consideração que Jesus disse que o reino dos
céus está dentro de vós e acreditando nesse arrebatamento como se Elias tivesse
ido para o céu, fica-nos uma interrogação: por qual privilégio isso aconteceu,
pois até mesmo Jesus passou pela experiência da morte? E se Elias era homem
fraco como nós e que Deus não faz acepção de pessoas, então, disso concluímos,
que não havia a menor possibilidade dele receber qualquer tipo de tratamento
especial.
Supondo-se tal fato verdadeiro, Elias somente poderia ter
sido transportado a um outro local aqui na Terra, como entenderam os filhos dos
profetas, conforme consta de II Rs 2,16; caso contrário seria a outro mundo
igual ao nosso, pois teria que continuar vivendo da mesma forma que vivia aqui
na Terra, alimentando, saciando a sua sede, respirando, dormindo, provando aí, então,
a existência de outros mundos iguais ao planeta Terra, caso Deus não tenha
criado um lugar só para Elias.
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