Duas palavras bastam II

Seguir a Cristo, autor não identificado
Gostaríamos de ser diferentes, até quando estamos firmemente propensos a não cair, caímos do mesmo jeito. É a situação da nossa existência humana, ainda que conhecendo o ideal cristão. Mas este ideal não é o pico de uma montanha remota e inescalável. Não é como querem nos fazer crer, um Everest de ética, em que temos a obrigação de fazer todo o esforço para subi-la, mesmo sabendo de antemão que jamais conseguiremos.

As religiões populares no Brasil pregam isso. Que é através de reencarnações, de vidas cada vez mais produtivas, de enormes esforços pessoais e de elevada conduta moral que se consegue subir esta montanha. Aí um dia, quem sabe, em uma determinada vida virtuosa e irretocável, você conseguirá encontrar Deus lá em cima. Isso não tem nada a ver com o evangelho. Ele é exatamente o oposto. No evangelho, o ideal cristão é um caminho. Um caminho no qual andamos ao lado de Jesus Cristo como um amigo a nos guiar. Um caminho em que, desde o início da viagem, temos duas certezas: de que já o encontramos, e de que ele permanece conosco. Um professor dizia o seguinte: o Cristo vivo tem duas mãos. Uma para apontar o caminho, e a outra estendida para nos ajudar a caminhar. Diz o refrão de um hino que cantamos: Não é dos fortes a vitória. Nem dos que correm melhor. Mas dos fiéis e sinceros, que seguem junto ao Senhor. São Mateus termina o seu evangelho com um dos textos mais encorajadores e belos dos evangelhos: E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

E por último, aquele que nos manda segui-lo nos deu uma norma, pela qual devemos nos pautar. Jesus Cristo não nos absorve e jamais tentará fazer isso. Existe uma distância entre ele e nós. Isso é importante, porque só assim, nosso ser, nossa individualidade, nossa integridade são preservados. Além disso, ele nos não chama para uma conduta cega e servil a ele.

Esteve muito em evidência, não faz muito tempo, um livro chamado Em seus passos o que faria Jesus. Eu não o li por várias razões, uma delas porque não gostei do título. Será que eu tenho que andar nessa vida como se eu fosse Jesus? Mas eu não sou Jesus, eu sou eu mesmo. Não fomos criados para ser uma imitação servil. Mas ele chama a cada um de nós dentro do nosso contexto, tempo e lugar onde se faz necessário alguém como nós. O significado da vida cristã está em seguir a Cristo. É exatamente aqui, neste lugar que Jesus Cristo está nos desafiando a segui-lo.

Siga-me. São as palavras que têm que controlar tudo que fazemos. São as palavras que têm que controlar tudo o que dizemos. São as palavras que têm que controlar tudo o que pensamos como cristãos. Nós estamos indo na direção que Jesus está indo? Cada ação nossa, cada atitude nossa, cada plano nosso está indo na mesma direção que Jesus está apontando?

É bem certo que nem sempre concordamos com a interpretação do que significa seguir a Cristo.  Por isso é que eu sou da Igreja Cristã de Ipanema, alguém aí é batista, outro presbiteriano e outro metodista. Nem todos lá da igreja concordam comigo, e é assim mesmo. Não é necessário que concordemos, pois o essencial é que cada um siga a Jesus conforme o seu chamado. Esta é a norma. Siga-me. Temos a liberdade para seguir a Cristo de todo o nosso coração, mas dentro da interpretação que damos a isso. Mas você também tem que dar ao outro essa liberdade de seguir a Cristo da maneira como ele foi chamado.

Seguir Jesus é ter um plano para mudar o quadro em que vivemos. Seguir Jesus é encarar o futuro sem medo das consequências. Seguir Jesus é ter uma estrela pela qual somos guiados. Seguir Jesus é crer que estas são apenas duas pequenas palavras, mas que encerram tudo o que importante e essencial na nossa vida.  

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