Páscoa a impensável paixão de Deus III

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Um auto para a Páscoa de autoria do rev. Jonas Rezende. Parte 3.

A paixão de Deus 
É a páscoa de Deus!
A sua paixão pelo mundo! 

Notem que a palavra
Não é:            povo,
país,
cidade,
pessoa,
mas
mundo!

Eis o cordeiro de Deus
Aquele que tira o pecado do mundo
Ele é a nossa páscoa!
Não é a Páscoa do Universo,
Mas cá de nossa terrinha.
Páscoa minha.

Simpática laranja
Achatada nos polos levemente,
A terra gira sobre seu eixo sempre,
Como uma piorra de azul especial
Que as crianças amariam receber de
Presente no dia de Natal...

Também gira ligeirinha
Ao redor de uma estrela
Bem velhinha, o sol,
Que anda de bengalinha.

Quando eu era menino
Imaginava que a terra
Pudesse ficar
Tonta com tanta giração
E eu caísse no espaço sideral
Como uma pipa gorducha
Sem desconfiômetro
Nem suspeita de mal.

Pedro Bloch anteviu aí
O título para seu livro:
Criança diz cada uma!
E Deus cria cada coisa!

Cria o estonteante universo
E conta com a parceria
Do ser humano,
Cúmplice que também cria.

O homem nomeia
O que pertence à terra,
Tem cheiro de terra,
Em especial, da vida que flui
Pelos órgãos,
Artérias e vasos
E pelos poros todos
Desta obra prima, que é o homem,
O ser da terra e tudo que a terra
Encerra.
                              
Segundo os sábios e antigos gregos
O homem é um ser inacabado
Que precisa conquistar a inteireza
Em nosso planetinha já cansado.

Posso falar agora
Do Deus altíssimo,
O Deus das esferas celestes,
De geleiras e incandescências
Que não são equacionáveis,
Senão a quem partilha
Utopias e sonhos  
E um grande berço da vida
Com o doce e misterioso mar...

E as distâncias e lonjuras
Que esmagam tanto
Aos olhos humanos atônitos
Que nossas dimensões minúsculas
Se tornam, invisíveis,
Assim como as subpartículas
Atômicas, muito sensíveis
Passam como tudo
Que é despercebido
Ao nosso olhar distraído,

Se decidirem fazer piquenique
Num jogo de forças que esmagam
Uma estrela até o tamanho,
Que nos confunde
Com uma bolinha de gude,                                                                                                                                                                                                             
É o caso de um monstro
De energia, esses formidáveis
Buracos negros do universo
Eles nos matariam
E nos tornariam invisíveis,
O oue seria um crime perfeito
Para o nosso direito.

Tem muito mais:
Anjos e arcanjos,
Serafins e querubins
Das cortes celestes
Todos com malas prontas
Para a próxima mudança.

Jesus disse:
Meu pai trabalha até agora
E eu trabalho também;
Vamos nós igualmente trabalhar
Como ninguém.

Estás cansado?
Então procura o inferno
Definitivo inverno, estação gelada
Em que ninguém faz nada, casi nada.
E se diverte com palavras cruzadas,
Como falou Violeta Parra
     –   Qui no és lo mismo            
         pero és egal.

Mas quero também proclamar,
Com todo respeito,
O Deus que é baixíssimo
Porque está perto de nós,
A um tiro de pedra,
Como disse Jesus
Com voz triturada e moída
Quando a páscoa lhe chegou
Como ferida
Manchando de sangue e de morte
A sua latejante vida;

Todos cantam: 
Pai, afasta de mim
Este cálice, pai
Afasta de mim este cálice, pai
Afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue...

Amo o Deus baixíssimo,
O Deus da Páscoa
Dos marginalizados,
Dos escravos do Egito moderno,
Daqueles que não mais veem
O rosto de seu cristo com luz,
Mas desfigurado à sombra da cruz.

Os que nos inspiram
Com a música popular brasileira
Sabem que Jesus está tão perto,
Tão próximo dos que amam
A vida com paixão,
Como o Cristo de Pasolini,
De Garaudy, de Arrabal,
Dos Beatles, dos Titãs,
Caetano, Gil, de Gal,
De Betânia, nome do lugar em que
Viveram Maria, Marta, Lázaro
E Simão, o leproso.
Gente que conhecia o cheiro
Dos milagres e reconhecia
A luz de um cantor que reuniu
Um milhão de amigos
E Jesus o usa para ajuntarmos
Este homem do bem: 
Roberto Carlos. (todos falam em uníssono o nome de Roberto)

Aproveitem o close do Cristo
E o zoom de seu amor que liberta!


Conclusão 
Um moço francês procurou
Jean-Paul Sartre,
Com um difícil dilema
Sobre o que deveria fazer:
Lutar pela pátria
Invadida e bombardeada
Pelo nazismo
Ou ser arrimo de sua mãe viúva.

O pai do existencialismo ateu
Nem precisou pensar de antemão
Para dar opinião: 
     -   faça o que quiser,
         faça-o, porém, com paixão!

(cantado)
Há dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu,
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar,
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá. 

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