Veio, pois, Gade a Davi e lho fez saber, dizendo: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra? Ou que, por três meses, fujas diante de teus inimigos, e eles te persigam?Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do SENHOR, porque muitas são as suas misericórdias; mas, nas mãos dos homens, não caia eu.
Leia II Samuel 24.10-1424,10 Sentiu Davi bater-lhe o coração, depois de haver recenseado o povo, e disse ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó SENHOR, peço-te que perdoes a iniquidade do teu servo; porque procedi mui loucamente. 24.11 Ao levantar-se Davi pela manhã, veio a palavra do SENHOR ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo: 24.12 Vai e dize a Davi: Assim diz o SENHOR: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça.
24.13 Veio, pois, Gade a Davi e lho fez saber, dizendo: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra? Ou que, por três meses, fujas diante de teus inimigos, e eles te persigam? Ou que, por três dias, haja peste na tua terra? Delibera, agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou.
24.14 Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do SENHOR, porque muitas são as suas misericórdias; mas, nas mãos dos homens, não caia eu.
O insipiente conhecimento de Deus que é revelado pelos escritos mais remotos do Primeiro Testamento, fazia com que o descrevessem ainda com nuances muito fortes e arraigadas no paganismo que dominava o Oriente antigo. Não são poucas as referências com que tentaram exaltar o nome do Deus de Israel com adjetivos próprios dos deuses especializados usados pelos seus vizinhos. Terrível de Isaque, Leão de Judá, Deus dos Exércitos são alguns desses codinomes que visavam destacar o aspecto beligerante de Deus, fazendo-o, desse modo sobressair sobre os demais deuses locais.
Davi e Abigail, Joseph Schönmann (1798-1879) |
24.13 Veio, pois, Gade a Davi e lho fez saber, dizendo: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra? Ou que, por três meses, fujas diante de teus inimigos, e eles te persigam? Ou que, por três dias, haja peste na tua terra? Delibera, agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou.
24.14 Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do SENHOR, porque muitas são as suas misericórdias; mas, nas mãos dos homens, não caia eu.
O insipiente conhecimento de Deus que é revelado pelos escritos mais remotos do Primeiro Testamento, fazia com que o descrevessem ainda com nuances muito fortes e arraigadas no paganismo que dominava o Oriente antigo. Não são poucas as referências com que tentaram exaltar o nome do Deus de Israel com adjetivos próprios dos deuses especializados usados pelos seus vizinhos. Terrível de Isaque, Leão de Judá, Deus dos Exércitos são alguns desses codinomes que visavam destacar o aspecto beligerante de Deus, fazendo-o, desse modo sobressair sobre os demais deuses locais.
Através da relação estreita que os profetas, principalmente Isaías, mantiveram com Deus, a simples ideia de haver outro Deus, qualquer que fosse seu nome ou sua especialização, foi completamente descartada, e, a partir de então, Deus passou a receber adjetivos bem mais condizentes com a sua realidade. Rei da Glória, Santo de Israel, Deus de graça e misericórdia passaram a ser os termos mais comuns, quando a ele se referiam.
Eu aqui fico imaginando se não é por conveniência que os críticos da Bíblia nunca ousam fazer esta transposição, e quando têm que lançar as suas farpas, o fazem sempre baseados nos adjetivos do tratamento primitivo, esquecendo-se por completo que a dinâmica evolução da Teologia Bíblica não ficou retida ao pensamento e à crueldade do homem da era dos metais.
Pela simples razão da imutabilidade do caráter de Deus, podemos constatar que tanto os nomes quanto as atitudes desse mesmo Deus registradas pelos escritores mais antigos, se fundamentaram mais nas características dos deuses que os povos vizinhos cultuavam do que propriamente numa reflexão retirada de uma convivência de proximidade e intimidade.
Contudo, ainda que prevalecendo o ranço da ideia de punição e vingança, como pode ser observado no texto referência, o escritor bíblico narra a sábia escolha de Davi, que entre as três penalidades que lhe foram impostas pelo seu erro ficou com o que ele pensava ser o castigo de Deus. Qualquer rei que a História tenha descrito optaria por uma das duas outras possibilidades, em que o castigo recairia sobre o povo e a sua integridade física ficaria preservada. Era comum os reis antigos darem os próprios filhos em resgate de si mesmos. Mas Davi pensou diferente, pois ele inferiu que se o seu castigo fosse aplicado por humanos, fatalmente seria em proporção mais drástica do que as oferecidas pelo profeta. Diz ele com profunda convicção: mas, nas mãos dos homens, não caia eu.
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