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Quanto mais sensíveis formos aos apelos das outras pessoas e
do mundo, mais intensamente o eco do “até quando?” retumbará em nossos corações.
Contudo, se do texto nos vem a vergonha pela nossa impotência, do próprio texto
vem também a nossa esperança. Jesus não recusou a sua bênção para aquele pai,
ele não recusou a sua bênção para aquele filho a despeito da omissão dos seus e
ineficiência dos seus discípulos. Isso serve para nos encorajar e para que não
desanimemos no nosso ministério.
Observemos agora como Jesus trabalha no vale após descer do monte da transfiguração. Percebamos também a sensibilidade e compaixão com que trata aquele pai desesperado. Talvez o pai precisasse tanto superar o seu desânimo e desesperança quanto o menino precisasse da cura. Para ter uma melhor compreensão desse duplo sofrimento, na narrativa do mesmo episódio segundo São Marcos 9, Jesus faz uma pergunta e ouve a seguinte resposta: Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar.
Observemos agora como Jesus trabalha no vale após descer do monte da transfiguração. Percebamos também a sensibilidade e compaixão com que trata aquele pai desesperado. Talvez o pai precisasse tanto superar o seu desânimo e desesperança quanto o menino precisasse da cura. Para ter uma melhor compreensão desse duplo sofrimento, na narrativa do mesmo episódio segundo São Marcos 9, Jesus faz uma pergunta e ouve a seguinte resposta: Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar.
A conversa foi abreviada porque Jesus sabia bem o quão
premente era a necessidade daquelas duas pessoas. Essa necessidade tinha ficado
clara no seguimento do rápido diálogo: mas,
se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. A fé desse homem
tinha fortemente abalada pela doença do filho e pela incapacidade dos
discípulos. Isso serve para nos fazer refletir sobre quantas pessoas têm sido
prejudicadas na sua fé justamente por causa das atitudes em que temos nos
omitido e por causa daquilo que não temos capacidade de fazer.
O credo de Jesus que veio do alto da montanha é
completamente diferente do credo dos discípulos no vale. Ainda no evangelho de
Marcos, Jesus declara: Ao que lhe
respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. Jesus deveria ter
perguntado antes àquele pai: o que você
quis dizer perguntando se eu posso? Para uma pergunta tão recheada de
dúvidas a resposta deveria ser dada através de outra pergunta, pois somente
assim as posições ficariam bem definidas. Mas não foi necessário a nossa bem
conhecida e repetitiva discussão sobre a fé, porque postura do pai já havia
mudado: E imediatamente o pai do menino
exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!
O pai expressou honestamente a sua desesperança pelos tantos
anos de decepção. Ele sofreu tanto durante esses anos que era impossível para
ele crer mais. Foi assim que ele chegou à sua condição real. Ele expressou para
Jesus a realidade da sua vida: Eu creio!
Ajuda-me na minha falta de fé! Essa conturbada confissão de fé foi bastante
para Jesus. O homem conhecia a sua necessidade, mas sabia também das suas
limitações. Ficam aqui as perguntas: por que os discípulos, então, não se
expressaram da mesma maneira? Por que é que foi justamente esse pai sofrido que
expôs a incapacidade dos discípulos? Por que é tão difícil e até impossível
para nós confessarmos a nossa falta de fé, assim como expressarmos as nossas
reais necessidades? Por que é tão complicado para nós admitirmos a nossa
imperfeição? Porque nós os religiosos achamos que é mais fácil apontar e descobrir
todas essas coisas nos outros.
Eu creio. Essa é uma oração que pode transformar o vale em
monte. A humildade e o desejo de mudar destrava o poder de Deus de transformar.
O que Deus deseja de nós hoje é que sejamos honestos sobre a nossa situação
moral e espiritual. Deseja também que sejamos humildes sobre as nossas
carências. A breve oração daquele pai deveria ser a oração primordial da igreja
toda: sim, Senhor, nós cremos. Ajude-nos
a crer mais! O nosso problema com essa oração é que nós trabalhamos para
ter tudo sob o nosso controle. Nós queremos a segurança de que tudo aconteça
como queremos e desejamos. Não precisamos do Espírito Santo porque nos arriscamos
muito pouco.
Um dos maiores dons que Deus pode dar a uma igreja é retirar
dela o senso de segurança. O amor de Deus para conosco é manifesto nas horas de
maior necessidade, na hora do nosso desespero e quando cremos que somente ele
pode nos ajudar. Enquanto nós acharmos que tudo vai bem, que temos o controle
de tudo e que não há problema, nunca saberemos o quanto estamos errados, o
quanto estamos carentes e o quanto estamos perdidos.
2 comentários:
Caro amigo Sergio,
Conheço uma senhora que foi desenganada pelos colegas por sofrer de um câncer cerebral.Ela me relatou que estando no Hospital Antonio Pedro, já em fase final, sonhou que um médico e uma enfermeira se aproximaram dela. Ele disse que iria operá-la e assim o fez. A enfermeira trazia um balde onde ele depositou o tumor extraído. Isto ocorreu há uns 30 anos e ouvi seu relato e VI A CICATRIZ, há uns 10.
Há pouco um garoto foi atropelado por um carro que passou com uma das rodas por cima de sua cabeça. Está vivo e sem sequelas. Deu na mídia. Ouvi o relato de um dos colegas que o assistiu: Só pode ter sido UM MILAGRE.
O livro de Yogananda, AUTO BIOGRAFIA DE UM IOGUE, relata inúmeros milagres. O autor nos ensina como se dão os milagres. Os ocidentais têm uma tendência a descrer e até ridicularizar, pois "só Jesus salva." Não entendem que DEUS É AMOR Não entendem que Jesus nos ensinou que;" meu Reino não é deste mundo. De mim mesmo eu nada faço, mas faço a vontade do Pai."
Abração
Os milagres que o texto cobra de nós estão mais no terreno da nossa falta de amor do que propriamente nos fenômenos sobrenaturais.
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