Transfiguração de Cristo, Giovanni Bellini em 1490 |
Texto baseado em sermão do rev. Garrison.
Parece que a nossa vida é composta e dois tempos antagônicos: altos e baixos. Um tempo de sucesso, triunfo e esperança e outro tempo de frustração, desânimo e até desespero. Nesse mesmo instante alguns de nós estão tomados pela sublimidade de um ou na tragédia do outro. Pior ainda, podemos estar atolados no meio dos dois, nem quente nem frio, apenas morto. Mas é importante que reconheçamos o nosso momento e os nossos sentimentos em relação a ele. E para isso temos que ser honestos conosco mesmo e nos perguntarmos: como estou me sentindo agora?
Parece que a nossa vida é composta e dois tempos antagônicos: altos e baixos. Um tempo de sucesso, triunfo e esperança e outro tempo de frustração, desânimo e até desespero. Nesse mesmo instante alguns de nós estão tomados pela sublimidade de um ou na tragédia do outro. Pior ainda, podemos estar atolados no meio dos dois, nem quente nem frio, apenas morto. Mas é importante que reconheçamos o nosso momento e os nossos sentimentos em relação a ele. E para isso temos que ser honestos conosco mesmo e nos perguntarmos: como estou me sentindo agora?
Nesse texto o evangelista está nos colocando no alto do monte
do vale em que vivemos. Seu propósito é nos ensinar a viver no vale a mesma
vida que gostaríamos de viver na montanha. Era um tempo estratégico para o
ministério de Jesus. Ele já tinha se identificado como o Messias de Deus.
Depois da declaração enfática de Pedro, não havia mais dúvidas entre eles. Mas
quando Jesus lhes disse que o caminho do Messias ia levá-lo a Jerusalém, não
para derrotar os inimigos romanos e sim para sofrer e morrer, a dúvida
imediatamente voltou. Eles que estavam no monte do êxtase, voltaram para o vale
do desânimo. Perguntavam entre si: que
tipo de Messias é esse? Ficou claro que os discípulos precisavam de uma
prova a mais. Mesmo antes de ir a Jerusalém, Jesus precisava mostrar os sinais
de Deus sobre os seus propósitos como Messias. Por esta razão levou Pedro,
Tiago e João de volta ao monte, para que eles vissem um sinal definitivo.
Jesus conhecia muito bem os vales próximos e distantes por
onde eles iam passar antes de chegarem ao monte do calvário, onde ele subiria
sozinho. Em um desses vales eles iriam encontrar um menino bastante perturbado
e um pai transtornado e angustiado. Os discípulos tinham que ser preparados antes
de enfrentar esses dois no vale, então Jesus os levou àquela montanha tão cheia
de história e de significado para o povo de Israel. Lá em cima algo
extraordinário aconteceu: Jesus foi transfigurado diante deles. Mateus nos diz
que a verdadeira natureza de Jesus foi rapidamente manifestada. Não somente seu
rosto resplandeceu, mas as roupas pouco atraentes de um galileu humilde se
tornaram brancas como a luz. Um sinal intenso dado por Deus. Como é então,
mesmo depois desse sinal os discípulos ainda tinham dúvidas? O sinal era mesmo definitivo?
Vamos ver.
O que aconteceu a Jesus é o simbolismo do que ele quer que
aconteça a nós nos altos dos montes por onde ele nos guia. Ele queria que
Pedro, Tiago, João e todos nós confiássemos nele. Isso só acontece quando
deixamos os vales do desânimo, e focamos as nossas expectativas unicamente em
Deus. Quando estamos em contato com a energia dinâmica que criou todo esse
mundo e com a expressão maior do amor encarnado, nós também somos
transfigurados. Como precisamos desse momento de glória! Ele é mais precioso do
que todos os elementos vitais juntos. Paulo sabia bem disso quando disse: II Co
4.6 – o Deus que disse: “da escuridão
brilhará a luz” é o mesmo que fez a luz brilhar em nossos corações; isso para
nos trazer o conhecimento da glória de Deus que brilha no rosto de Cristo.
Quem
entre nós não tem sentido o peso dessa pergunta? Quem dentre nós não tem
realizado tão pouco do que o poder de Cristo nos concede? Quem entre nós não
tem sido impotente em ajudar as outras pessoas? Até quando ele terá que nos
suportar? (continua)
Quando Simão Pedro viu Jesus transfigurado ficou sem
palavras, mas logo em seguida mostrou o seu fervor religioso. Quando viu Moisés
e Elias confirmando a divindade de Jesus, imediatamente quis fazer alguma
coisa, quis construir algo. Em vez de gozar toda a glória de Deus daquele
instante, em vez de deixar essa glória de Deus beneficiar as pessoas que ele
havia deixado no vale, Pedro quis fazer algo religioso.
O fracasso dos discípulos no vale, assim como o nosso
próprio fracasso, muitas vezes nos apaga a visão que vem do alto do monte.
Pedro perdeu a visão do que ele testemunhou no monte porque seu coração
continuava no vale. Os outros discípulos que Jesus havia deixado para trás
estavam em dificuldades no vale. Um homem havia trazido seu filho muito doente
para eles curarem. Lá havia também alguns escribas e fariseus, e a
incredulidade destes influenciou negativamente os discípulos. Eles não puderam
fazer nada. O seu fracasso com o rapaz estava sendo esquecido na discussão com
os tais homens da lei. O povo viu logo que havia algo errado. Um menino
sofrendo e os discípulos discutindo. Isso tudo causou uma indignação drástica
em Jesus, que foi demonstrada através da seguinte pergunta: até quando terei que suportá-los?
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