Um Deus esbanjador

Retorno do filho pródigo, Pompeo Batoni (1708-1787)
Leia Lucas 15.11-32
Texto baseado em sermão do rev. Garrison.

Necessitamos mais de amor, perdão e reconciliação do que de respirar, comer ou dormir. É justamente isto que Deus nos oferece, por que é isto que Deus é. Como é Deus? Ele é o pródigo, o esbanjador. Seu amor não conhece limites. Seu perdão não tem barreiras. Seu regozijo não admite  circunstâncias. O amor de Deus é extravagante mesmo. Vejam o que ele fez com uma humanidade ultra-violenta, perversa e egoísta. Vejam o que ele fez com uma humanidade inegavelmente perdida. E o que ele fez? Ele dissipou todo o seu amor com esta humanidade. Gastou tudo e deu tudo no calvário por esta humanidade. Agora fica a pergunta: Deus foi mesmo um gastador, ou melhor, um desperdiçador? Foi profuso, foi excessivo? É claro que foi! E nós não fizemos absolutamente nada para merecer o que ele fez por nós, e é aqui que aparece o mistério e a maravilha de um Deus esbanjador.

Esta parábola foi ensinada por aquele que era a Palavra de Deus entre nós, e ele diz: Deus é assim mesmo. Devemos nos perguntar: que tipo de pai era esse da parábola que permite que o filho o aborde desta maneira? Que tipo de país ou cultura permite que o filho mais moço requeira e receba uma parte enorme do total dos bens da família? Alguém ainda imagina que este filho teria pedido a sua parte da herança caso ele tivesse dúvida da resposta do pai? O filho conhecia bem o pai. Mas ele foi malandro, ele escondeu bem o seu real propósito. Ele não disse para o pai que estava cansado da vida que levava e queria ser dono de si dali por diante. Mas o pai também conhecia o filho que tinha, e sabia qual eram as suas reais intenções. Mas mesmo assim a resposta do pai foi imediata. O pai estava pondo em prática aquilo que a vida toda ele tinha ensinado aos seus filhos, e a prova disso é o versículo 31 que diz: Tudo o que é meu, é seu.

Então por que um filho quis deixar um pai como este? Esta pergunta nos ajuda a lembrar da herança que temos recebido do nosso Pai Celestial: os recursos desta vida, o intelecto, a emoção, a vontade, a saúde e um mundo cheio de deleites da natureza para o nosso prazer. Temos que reconhecer todos esses recursos nos foram dados para que os administremos em ações de graças por eles. Mas é esse o nosso problema. Nós requerermos todos os recursos que Deus nos dá para vivermos sem ele, para vivermos a mentira de que tudo que temos é o resultado de nosso próprio esforço, capacidade e criatividade. É uma questão tão antiga quanto Adão e Eva. É a estupidez da independência. Estamos sempre nos esquecendo de que não podemos fazer absolutamente nada sem nos valermos dos dons naturais de Deus. Mas como o filho que foi embora, como nós tentamos, não é verdade? Parece que estamos sempre querendo provar a nós mesmos alguma coisa. Todos nós queremos ser a única coisa que não podemos ser: Deus das nossas vidas.




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