Rupturas com o Judaísmo - Parte VI

 


Coisas sagradas e coisas profanas.

Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Êxodo 3.4-,5

 

Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Jesus declarou: Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém. No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. João 4.20-24

 

Muito embora boa parcela dos cristãos preservem com zelo extremo certas relíquias consideradas por eles sagradas, sejam elas uma terra, uma língua, um livro, uma cruz ou mesmo uma parte ressequida do corpo de uma pessoa do passado, nunca se observou da parte de Jesus qualquer referência a um elemento como sagrado. Para ser mais exato, em todo o Segundo Testamento, na versão Revista e Atualizada, a palavra sagrado, fazendo menção a algo ou a um lugar, só é encontrada uma única vez. Na boca de alguns judeus quando estes expulsavam Paulo do Templo, por entenderem que o apóstolo, quando ali pregar o evangelho, estaria profanando aquele lugar tido como sagrado.

 

O Judaísmo antigo chegou a estabelecer níveis para o sagrado, dividindo o tempo de Jerusalém em três compartimentos, sendo que um deles era o lugar sagrado por excelência. No santo dos santos, como chamavam, era permitida apenas a entrada do sumo sacerdote, uma vez por ano. Nos dois outros compartimentos era vedada a entrada dos pobres, dos deficientes físicos, dos portadores de moléstias e de estrangeiros não judeus. Jesus se contrapõe a este disparate lembrando o povo o verdadeiro motivo de Deus ter permitido que fosse construído um templo em seu nome: Uma casa de oração para todos os povos.  Completa esta sua advertência com outra que ainda não foi bem entendida pela igreja até hoje: Na casa do meu Pai há muitas moradas. Ou seja: Na casa do meu Pai tem lugar todo mundo.

 

Paulo, em I Coríntios 14, nos lembra que: Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Disse isso bem fundamentado em palavras de Jesus, quando afirmou ser ele senhor do sábado, o dia escolhido pelos judeus para ser santificado. A despeito de muitos cristãos hoje reservarem irredutivelmente o domingo, o dia escolhido acima de qualquer outro dia para eles é o dia da Parusia, do Maranata ou da vinda de Jesus, como é conhecido esse dia. Projetando assim toda a ação restauradora de Deus para um futuro que há milênios afirmam e reafirmam ser para muito breve. Para encerrar de vez esta questão, o escritor da Carta aos Hebreus, resgatando palavras do salmista, vem nos assegurar que o dia mais determinante e mais sagrado no calendário de Deus e na história da salvação é precisamente hoje: Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.(Continua)(Anterior)

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