Pastores suicidas

Judas tirado da forca por Giogio Vasari

Um pastor encontrou um suicida na ponte. Tentou de todas as maneiras fazê-lo mudar de ideia, nada conseguindo. Foi então que fez uma proposta.  Disse ao suicida: Vou dar 10 minutos para você me dizer os motivos para morrer. Depois você me dá 10 minutos pra eu dizer os motivos para viver. O homem concordou e depois de 20 min os dois se abraçaram e pularam juntos da ponte. Esta é apenas uma história, mas por trás dela existe uma triste realidade: O suicídio de pessoas de fé comprovada. Leia Salmos 69

Quando eu ainda estava no seminário, um dos meus melhores professores e, sem dúvida, o mais coerente deles suicidou-se de forma brutal. Um outro, filho de pastor, um rapaz inteligente, muito interessado no estudo das Escrituras, de uma hora para outra se atirou o telhado do quarto andar do seu prédio. Deste vez um ex-seminarista católico, com um bom emprego, boa renda e estabilizado financeiramente, tomou arsênico. Recentemente, foi publicado no Facebook o suicídio de um pastor presbiteriano bem conhecido. Fiz referência apenas a casos mais próximos.

O que está acontecendo com as pessoas cuja fé deveria conferir e equilíbrio e perseverança? Que sinais os tempos de hoje estão revelando a essas pessoas para que assumam atitudes tão radicais? Vejam que estamos falando de cristãos que vivem em um país onde a liberdade religiosa está bem acima da média dos demais países. Vejam que estamos falando de pessoas que, pelo consenso geral, não apresentaram motivos convincentes para o seu ultimato. Aparentemente não temos em mãos casos de arrependimento, como o de Judas que o levou a enforcar-se. Ou de frei Tito, que não suportou as bárbaras torturas sofridas pelo regime de governo, que, segundo dizem, não existiu no Brasil. Então, os problemas são sutis demais para a percepção imediata. Então, deveríamos ter uma preocupação maior do que a que estamos devotando a esses casos.

Confesso que um dia já fui muito mais indignado com o que a Bíblia chama de presente século. Hoje sou mais complacente com as heresias, com as apostasias e com as práticas pagãs infiltradas na igreja do que quando cursava o seminário. Aliás, esta foi a principal razão de ter dado início a essa série de meditações, que hoje já somam quase duas mil.

Cabe aqui algumas perguntas: Seria possível que estes e outros potenciais suicidas não se encontravam ou se encontram em um estagio de indignação com a situação vigente em um grau mais elevado do que o meu? Seria possível que se eu tivesse intensificado a minha luta pessoal contra as pragas que assolam a igreja, cujo número já ultrapassa as conhecidas dez pragas do Egito, não estaria também entre eles?

O salmista, no passado, já demonstrava sinais claros que, se não devidamente tratados, podem levar à morte com toda certeza: O meu amor pelo teu Templo queima dentro de mim como fogo; as ofensas daqueles que te insultam caem sobre mim. Eu faço jejum e me humilho, e, no entanto, eles me insultam. Eu me visto de luto, e eles riem de mim. Falam de mim nas praças e os bêbados fazem versos a meu respeito. Salmos 69.9-12

Não quero me antecipar aos analistas credenciados e nem aos profissionais da área que estuda o comportamento humano. A pretenção deste esboço é apenas levantar suspeitas para que a igreja repense determinadas posições, que, à primeira vista, tem aspectos inocentes e inofensivas, mas que na calada da noite estão conduzindo sua liderança mais fiel e sincera aos estertores da morte.


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