O bezerro de ouro de Jeroboão por Yanghuijun |
Só a Javé deve-se culto; o culto, prestado a outros deuses
(os deuses “alheios”), é idolatria No Primeiro Testamento, o decálogo proíbe a idolatria:
Javé é um “Deus ciumento”, que não tolera outros deuses nem as suas imagens (Ex
20.3-6; Dt 5.7-10). Os israelitas acreditaram na existência de outros deuses
(Jz 11.23s; I Sm 26.19) e deixaram-se seduzir a venerar deuses cananeus, mais
tarde também assírios e babilônios (Nm 25.3; Jz 2.12; I Rs 14.22-24; II Rs 21.2-15;
Os 2.8-13; Am 8.14 etc.), mas os verdadeiros veneradores de Javé sempre
consideraram isso como infidelidade, ou então (em linguagem simbólica)
adultério (Os 2.2-7; Jr 2.23). Para eles, Javé era o único verdadeiro Deus, e
fora d’Êle não havia outro (Dt 4.35; I Rs 8.16-60; II Rs 19.15; Is 41.29; Is 46.9;
Jr 2.11 etc.). Os profetas insultam e zombam dos Baalim e demais deuses, com
que Israel comete adultério (I Rs 18.27; Os 2.5-7; Is 2.8 etc.). Todos os
ídolos que Israel venera (Is 2.8-20; Ez 6) são “mentiras sedutoras” (Am 2.4),
nulidades (Jr 2.5), “não-deuses” (Jr 2.11; Jr 5.7). “Israel trocou a sua Glória
por ídolos impotentes” (Jr 2.11; cf. Rm 1.23). Nos escritos polêmicos zomba-se
da impotência dos ídolos, que não são outra coisa senão “um pedaço de madeira,
cortada na mata” (Is 2.21; Jr 10.2s; Hb 2.18; Sl 115.4-7; Sl 135.15-17);
zomba-se daquelas imagens, feitas de um pedaço de madeira ou de pedra, que para
nada mais servia (Is 41.18-20; Is 41.6s; Is 44.9-20; Is 46.6s). Sabedoria 14.15-21
fala sobre uma das causas da idolatria: as imagens que se faziam em memória de
falecidos ou em homenagem a príncipes e que, com o tempo, se tomaram objeto de culto.
Sobre a punição da idolatria, o Anátema.
No judaísmo posterior os deuses dos pagãos geralmente são
considerados como não existentes ou como mortos, mas às vezes também como
espíritos ou anjos, constituídos pelo próprio Deus para governar os povos (Dt
32.8 LXX; Henoc 89.59) ou então como espíritos maus, demônios (Dt 32.17 LXX;
Baruc 4.7; Henoc 19.1). Os tradutores gregos do Primeiro Testamento traduziram os diversos termos
hebraicos para ídolo com eidolon,
palavra essa que no grego clássico significava imagem ou retrato, e que tomou,
portanto, um sentido especificamente judaico.
No Segundo Testamento continuam as mesmas concepções do Primeiro.
Os deuses dos pagãos são eidola,
nulidades ou impotências (At 7.41; Rm 2.22; I Co 8.4-7 etc.). É evidente que eles
não são deuses reais (Gl 4.8), mas apenas umas invenções insensatas da malícia
dos homens (Rm 1.23, cf. Sl 106.20). O culto dos ídolos dirige-se propriamente
aos maus espíritos (I Co 8.4s; I Co 10.19ss). A idolatria é um dos pecados mais
graves (I Co 5.10s; Gl 5.20 etc.). Como Mamon, a riqueza personificada, é um
mestre muito exigente (Mt 6.24), a cobiça do dinheiro é estigmatizada também
como uma idolatria (Cl 3.5; Ef 5.5).
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