Diaconisa
Eunice Olawale, degolada enquanto pregava o evangelho na Nigéria
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Não faz muito
tempo, a neta de cinco anos de um pastor, uma criança visivelmente transtornada
pela perda da exclusiva atenção que lhe era dispensada em virtude da chegada de
um irmãozinho, perguntou-lhe: Vovô, se eu orar bastante o meu irmão morre?
A pergunta
de ontem permanece: Se os abomináveis fatos do contemporâneo denunciam a nossa
insolência perante a santidade de Deus convocado-o a sujar as mãos em nosso
lugar, por que os textos bíblicos que reivindicam exatamente o mesmo são vistos
como aceitáveis e justificáveis?
A ciência tem
colaborado bastante com o pensamento teológico em análises de textos complexos
e tem realizado descobertas que elucidaram de vez enigmas ancestrais, retirando
os mais intrigantes textos do incômodo rol dos indecifráveis mistérios de Deus,
para colocá-los à luz da sua revelação. Hoje se consegue traçar o perfil
psicológico do personagem bíblico como se ele fosse qualquer pessoa deitada no
divã de um analista. Também se pode visualizar o seu contexto como alguém que
esteve presente no exato momento em que os fatos acontecem. É aqui que entras recursos que a Sociologia, Antropologia e Psicologia emprestam à Teologia. Qual
era o estado emocional de alguém que confiado nas promessas de paz, justiça e
vida abundante, testemunha o genocídio de seu povo em uma escala absurda? Que palavras
seriam mais apropriadas senão aquelas para robustecessem a fé da igreja e
paralelamente tentasse frear a fúria do inimigo, senão com maldições e
terríveis pragas?
Porém, qualquer paralelo com os dias de hoje vai mostrar
profundas diferenças. A dúvida mais premente entre os cristãos atualmente diz respeito à certeza da sua salvação pessoal; a sua ansiedade maior não é
pela consumação do Reino e sim pela volta de Cristo. Embora também desejasse
fervorosamente que Cristo voltasse, o cristão primitivo jamais teve dúvidas com
respeito à sua salvação. Não havia entre eles qualquer questionamento acerca da
salvação após a morte. Suas ansiedades manifestavam-se quanto ao livramento
imediato da mão dos opressores. Perguntavam-se que tratamento Deus daria
àqueles que os perseguiam. Não seria a hora de nos perguntarmos o que Deus fará
conosco quando obstruímos o caminho da justiça, pervertemos o direito do
necessitado e colocamos sobre os ombros dos outros, fardos que nem nós mesmos podemos
suportar?Leitura: Apocalipse 14.1-11
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