Ressurreição de Dorcas por Guercino |
O que entendemos ser a volta de um morto à vida? Além do
texto de Atos 9 que descreve a ressurreição de Dorcas o Segundo
Testamento traz mais três narrativas sobre o mesmo assunto: A ressurreição da
filha de Jairo, a do filho da viúva de Naim, e a mais conhecida das quatro, a
ressurreição de Lázaro. A minha mente científica não consegue alcançar os
detalhes desses milagres em si, e há muito já desisti de tentar entender o
processo. Mas o que ainda me incomoda é a situação daquele que volta à vida.
Como alguém que transpôs a barreira da morte se sente ao estar de volta entre
os vivos? Como as pessoas à sua volta lidam com isso? Como seria para ele
encarar a sua segunda morte, uma vez que todas estas pessoas, logicamente,
voltaram a morrer?
Mesmo que não entendamos, que lições podemos tirar de cada
um destes textos? Uma delas Deus valoriza a vida em cada um dos seus
estágios. Ao contrário de nós, que nos indignamos mais com a morte de uma
criança do que de uma pessoa de idade, na Bíblia, a ressurreição se dá em
qualquer idade. Vemos a ressurreição de uma criança, como é o caso da filha de
Jairo, do jovem filho da viúva de Naim, de Dorcas, uma mulher de meia idade, e
de um homem de idade avançada, Lázaro. Isso mostra o quanto para Deus toda
a duração da vida é importante e o quanto cada uma de suas fases deve ser
valorizada. Uma infância feliz que leve à boa capacitação na juventude, que por
sua vez forme um adulto ativo e produtivo, tudo isso para coroar aquilo que
Jesus chamou de vida abundante. Uma vida plena em dias e realizações. Diante de
tão grandes evidências não há porque imaginarmos que a ressurreição da menina
Talita tenha sido de maior valor que a de Lázaro, já idoso. A verdade é que,
como todo pai e toda mãe, para Deus não passamos de um grande bando de
crianças, pelas quais possui uma paixão tão grande que beira os limites da
loucura.
Leitura: Atos dos Apóstolos 9.36-42
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