A maior de todas as blasfêmias |
Conforme a Bíblia, uma blasfêmia pode-se cometer tanto por
ações como por palavras. Quem peca de mão levantada (de propósito) blasfema
contra Javé (Nm 15.30); os pagãos que oprimem o povo de Javé blasfemam o seu
Nome (Is 52.5; Is 6.3). Por em dúvida o poder salvífico de Deus (II Rs 19.4-66),
insultar a sua terra ou o seu templo (Ez 35.12) é blasfemar a Deus. Todas as
ações ou palavras que ofendam o próprio Deus ou uma pessoa ou instituição
sagrada podem ser chamadas blasfêmias (At 6.11; Rm 2.24 = Is 52,5; I Tm 6.1; Tg
2.7; I Pd 4.4; II Pd 2.2; Jd 1.8). Toda aspiração aos privilégios divinos, como
p. ex. o poder de perdoar pecados, bem como o fazer-se igual a Deus, é
considerada blasfêmia (Mt 9.3; Jo 10.33-36). Jesus foi condenado como blasfemo,
por apresentar-se como o Filho do Homem que havia de participar no poder real
de Deus, pretensão essa considerada como um atentado contra as prerrogativas
divinas (Mt 26.64-66). As zombarias dos judeus contra Jesus crucificado são
chamadas blasfêmias pelos evangelistas (Mc 15.29). Renegar Cristo é blasfemar
contra Deus (At 26.11). Atribuir a Belzebu as expulsões de demônios que Jesus
operava pelo Espírito Santo, pelo poder de Deus, é blasfemar contra o Espírito
Santo (Mc 3.29). Às blasfêmias proferidas num momento de raiva ou de
inadvertência (Mc 3.28) ou às blasfêmias contra o Filho do Homem opõem-se as
contra o Espírito Santo, que nunca serão perdoadas, por manifestarem uma
mentalidade tão perversa e uma obstinação tal, da parte do pecador, que esse,
de fato, não se converterá (cf. Hb 6.4-6; Hb 10.26; II Pd 2.20-22; I Jo 5.16). No sentido mais estrito a blasfêmia
consiste em palavras que ofendem a Deus, sobretudo a maldição do Nome de Deus, que
é punida com a lapidação (Lv 24.11-16; Ex 22.27), ou no abuso desse Nome em
fórmulas mágicas (Ex 20.7). O preceito de não usar em vão o nome de Deus mais
tarde foi tão severamente interpretado pelos judeus, que o consideravam como
uma proibição de pronunciar o nome de Javé; veja-se p. ex. a tradução grega de
Lv 24.11-16, onde “amaldiçoar o nome de Javé” é trasladado por "dizer o
nome”.
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