Agora, irei ter com o rei, ainda que contra a lei, se perecer, pereci. Ester (Ester 4.16)
Ester e Assuero, Giuseppe Diziani |
Texto do reverendo Jonas Rezende.
A história da rainha Ester daria uma novela de televisão: há um concurso de beleza, que ela vence; intrigas palacianas, que envolvem sua vida e a vida do seu povo; o vilão Hamã; um líder político, seu tio Mordecai; há o rei Assuero, e tantas coisas mais. Espero que você fique motivado e leia todo o pequeno e belo livro de Ester.
E importante destacar que o nome de Deus não é citado uma única vez e, no entanto, ele é a Força maior deste livro bíblico. Afinal, o próprio Cristo nos previne: “Nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos Céus, mas o que faz a vontade do Pai que está nos Céus.”
A mensagem central do livro nos fala, resumidamente, de uma jovem bonita que toma, de repente, consciência de que não é bibelô, mas instrumento de libertação de seu povo: “Irei ter com o rei.” E mais. Ester assume todos os riscos para escrever uma das páginas mais belas e fortes da história bíblica. Ela sabe que precisa ir “contra as leis” que dão forma às instituições, e não se intimida porque aprendeu que nem sempre o legal é justo. E Ester não foge diante de qualquer ameaça.
Enfrenta o rei, um ato que poderia custar-lhe o trono e a própria vida, com absoluto destemor: “Se perecer, pereci.” O cargo, o lugar, a existência como um todo — tudo é colocado a serviço de uma missão. A acomodação, a alienação criminosa, nada mais poderá interromper seu gesto corajoso: “Se perecer, pereci.”
E a história da rainha Ester se faz história da salvação. Da libertação. Da afirmação última da Verdade.
Guerra Junqueiro zomba dos que tentam interromper esta ação irreversível da Verdade que se impõe. O poeta sentencia: E o mesmo que apagar o sol quando flameja c’o apagador de lata de uma igreja.
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