Tudo isso graças à Evolução Universal? IV

As três Marias e os anjos, Baciccio
Vamos deixar de lado um pouco a evolução e vamos falar da nossa fé. O que vocês acham dessa frase: A fé cristã não é uma mera questão de gosto pessoal em que eu escolho no que quero crer e sim uma verdade absoluta a qual devo me submeter.

Essa é uma questão que dificulta a nossa relação com os não crentes. Quando expressamos nossa posição com relação ao aborto, a homossexualidade ou quando falamos da moral cristã, as pessoas ficam imaginando que é somente uma questão de preconceito ou de fundamentalismo religioso. Quando a nossa manifestação é política, então, ouvimos de imediato o chavão: “O estado é laico”. É laico, mas não é ateu. É laico, por isso eu posso expor o que eu penso do mundo com base na minha fé. Mas a culpa deles pensarem assim é exclusivamente nossa. Temos que arranjar um jeito de deixar o discurso de lado e mostrar na nossa vida que não existe preconceito algum em seguir o que o nosso guia de prática e fé diz a respeito de determinado assunto, porque é assim que funciona. Mas para isso eu preciso antes saber o que é da minha competência e o que não é.

A primeira coisa a ser feita é valorizarmos a fé na nossa vida. Pode parecer estranho para muita gente, mas o Cristianismo tem um padrão de atitudes que se aplicam em qualquer segmento da nossa vida, principalmente no exercício da nossa profissão. Eis um exemplo: Alan Sears dizia: a maioria dos advogados cristão mantém a fé num bolso e a lei no outro. Nesse sentido, João era diácono de uma igreja e trabalhava como advogado e uma empresa de plano de saúde. Ele era professor da Escola Dominical, fiel em todos os aspectos, assíduo nos cultos e presente em todas as campanhas de evangelização. Mas a função de João no seu trabalho era encontrar furos na lei para quebrar contratos. Fazer com que as pessoas perdessem o benefício para o qual tinham contribuído, sempre que interessasse a sua empresa. Ele não tinha percebido que o seu trabalho era uma afronta grave aos princípios da fé. Ele já havia se acostumado a uma cosmovisão de mundo em que a palavra de Deus não exercia qualquer influência. Ele seguia à risca o código número um do Direito: Quem acha que a lei tem algo a ver com a moral tem vida curta na advocacia.

Muitos cristãos permanecem de consciência tranquila na sua vida secular porque separaram definitivamente as suas atividades pessoais, seu trabalho, seus estudos da sua vida religiosa. Para estes a fé cristã não tem nada a dizer neste aspecto, pois ela trata somente de assuntos mais elevados, como o Dia de Juízo e o Plano de Salvação. É aí que entregamos a rapadura. Se a exemplo de João, não somos fiéis no pouco, no cotidiano, nos elementos mais básicos da vida humana, como vamos querer que Deus nos permita influenciar nas decisões globais que envolvem o seu Reino? Se não podemos pautar sequer a nossa prática pelo evangelho, como vamos querer que o mundo se converta a ele? Se a ação de Deus por meio dos seus servos não pode ser observada em cada elemento palpável neste mundo, como vamos querer que o mundo creia que ele existe, e mais, que tem a palavra definitiva para o resgate pleno de toda a criação?

Paulo dizia que se Cristo não morreu a fé seria inútil. Ele quis dizer que se a ressurreição de Cristo é apenas um fato histórico, que não tem implicações em todos os aspectos da vida, vamos para casa, porque na igreja estaremos perdendo tempo. Ou seja,se o Cristianismo é somente uma verdade entre tantas; se é somente um caminho entre os demais; se não é, como disse Paulo, o caminho sobremodo excelente, ou, como disse Jesus, o único caminho, a única verdade e a única vida, comamos e bebamos porque amanhã morreremos.(continua)

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