O benefício da crise

Cristianismo primitivo. Werner Jaeger
No mundo, vocês passam por aflições, mas tenham bom ânimo, eu venci o mundo. Jesus Cristo (João 16.33)

Texto do rev. Jonas Rezende.
                        
Há crises e dor, como você sabe, em nossa caminhada pela vida. “No meio do caminho havia uma pedra”, lembra Carlos Drumond de Andrade.

Ler sobre o êxodo dos judeus é entrar em contato com sedições, fome, sede, idolatria, peste e morte. Acompanhar a via sacra de Cristo é sentir que não existe vacina para a dor física, moral e espiritual. Examine com atenção as estações da via dolorosa em todos os templos católicos e verá como a cruz é a sombra do corpo-hóstia de Jesus.

Mas a crise pode ser como a dor de parto: contrações e angústias que prenunciam, no entanto, a chegada de uma nova vida.

A palavra crise, na língua chinesa, é formada de dois ideogramas que representam risco e oportunidade. E isso mesmo. A crise traz em seu bojo todas as saídas possíveis pelo amor divino. A crise, na verdade, nos amadurece e aprofunda a visão que temos de nós mesmos, do outro e do Próprio Universo.

Jesus Cristo nos ensina, não apenas com palavras, mas com sua própria vida, que o caminho da cruz é o mesmo da ressurreição. E o poeta Francisco Otaviano nos adverte com sabedoria e beleza:

Quem passou pela vida em branca nuvem e em plácido recanto adormeceu; quem não sentiu o frio da desgraça, quem passou pela vida e não sofreu, foi espectro de homem, não foi homem, só passou pela vida, não viveu.

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