Milagres de Jesus, ícone medieval |
Texto do rev. Jonas Rezende.
Gonçalves Dias, o poeta, nos previne: “Viver é lutar.” E o russo Maiakovski é ainda mais radical quando registra: “Morrer não é difícil; o difícil é a vida e o seu ofício”. O profeta Isaías, por outro lado, nos fala daqueles cuja esperança está em Deus como vivendo uma venturosa caminhada: “caminham e não se fatigam”.
Desde há muito que as caminhadas são empreendidas também para que o homem atinja uma percepção mais ampla de si mesmo, do outro, do mundo e de Deus. Como você sabe, muitos passaram pelo caminho de Jerusalém, de Roma, ou pelo estranho caminho de São Tiago. A terapeuta alternativa Anna Sharp vê a experiência da caminhada como um processo de autoconhecimento e reflexão. Diz-nos ela que a pessoa que caminha duas horas diárias leva seu organismo a produzir a endorfina, uma substância que, entre outras coisas, amplia o nosso potencial de consciência.
Mas eu não creio que é preciso sair de nosso país, nem mesmo da casa onde moramos, para realizar a verdadeira caminhada espiritual. Uma pedra no meio da estrada recebe de Jacó o nome de Betel, isto é, casa de Deus. A “terra distante” da parábola do filho pródigo é uma possibilidade ligada às nossas escolhas, e não um lugar na geografia do globo terrestre.
Nosso trajeto doméstico, o itinerário de nosso trabalho, os passeios eventuais, e mesmo os momentos que reservamos para a nossa reflexão sobre a Vida, o homem e Deus se convertem em caminhadas tão importantes — ou mais — do que as que, ainda hoje, são realizadas pelos peregrinos e romeiros do mundo inteiro. Basta apenas não se esquecer do que o Mestre nos repete: “Eu sou o caminho vivo e verdadeiro. ” Caminhar com Jesus e em Jesus é não se fatigar, é subir com asas como águias, como nos lembra o profeta Isaías.
Agora, eu inverto o título de um famoso livro e pergunto: Nos passos de Jesus, que faria você?
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