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Texto do rev. Alan Kleber
A Ceia do Senhor é um Sacramento do Novo Testamento.
A palavra sacramento, do latim “sacramentum”, significa “juramento” ou “voto”, em especial um juramento militar de fidelidade. Embora essa palavra não ocorra na Bíblia (Trindade, atributo, infalível, sobrenatural e muitas outras também não ocorrem), ela foi utilizada pelos cristãos antigos para se referir as ordenanças do Batismo e Ceia do Senhor. Estas substituindo a Circuncisão e a Páscoa da Antiga Dispensação do Pacto são as insígnias com as quais juramos a Cristo fidelidade até à morte. ”Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós” (Lc 22.20).
A Ceia do Senhor significa dar e receber o pão e o vinho de acordo com a ordem do nosso Senhor Jesus Cristo.
Cristo ensinou que seus ministros deveriam tomar o pão que simboliza o seu corpo e reparti-lo com os crentes, tomar o vinho que simboliza o seu sangue e distribuir entre eles, tudo com ação de graças. As substâncias incluídas neste sacramento, portanto, são essenciais e insubstituíveis. As modernas práticas missionárias ou “relevantes” à cultura, tais como substituir o pão por tapioca ou carne de coco, e o vinho por mel ou suco do açaí não têm base bíblica. A Ceia é do Senhor e a igreja não tem o direito de alterá-la ou modificá-la.
”Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (I Co 11.23-26, cf. Mt 26.26-28).
A Ceia do Senhor proclama a morte de Cristo.
Ela representa visivelmente a morte de Cristo em favor do seu povo escolhido. Esta é uma verdade central deste sacramento. Por meio da Santa Ceia, a igreja testemunha ao mundo a sua comunhão com o Cordeiro de Deus. Aqueles que não creram na expiação substitutiva de Jesus Cristo, não podem sob-hipótese alguma participar da Mesa do Senhor.
Comer e beber sem discernir o corpo de Cristo é ingerir juízo para si. Se alguém não crê que Cristo morreu pelos seus pecados, não tem o direito a assentar-se na Mesa do Senhor, pois rejeita a sua verdade fundamental. "Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si” (I Co 11.27-29).
A Ceia do Senhor tem como propósito edificar espiritualmente o povo pactual.
O Catecismo Maior de Westminster ensina que aqueles que participam corretamente da Ceia do Senhor
(1) Confirmam a sua relação com Cristo, o Salvador deles;
(2) São renovados e fortalecidos pela decisão de viver uma vida de gratidão e de obediência a Deus; e
(3) Testificam e renovam o seu amor e comunhão por seus irmãos na fé (Perg. 168). Quando usamos corretamente a Ceia do Senhor, fortalecemos e edificamos a nossa relação com nosso Deus, nosso Salvador e nossos irmãos na fé.
Por último, a Ceia do Senhor aponta para o retorno do Rei.
“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (I Co 11.26). Todas as vezes que a igreja de Cristo celebra esse sacramento anuncia a sua segunda vinda.
Quando Jesus nos ensinou que observássemos esse memorial da grande Obra da Redenção “até que Ele venha”, apontava para o último dia, o dia do Juízo Final. A Santa Ceia testemunha ao mundo que o nosso Salvador não está morto, mas vive gloriosamente a destra do Pai e haverá de retornar um dia sobre as nuvens com poder e glória. ”Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.7-9)
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